"Acaba de morrer mais uma criança com sarampo. São 20 as crianças Warao falecidas na paróquia Manuel Renaud, das que tenho conhecimento", disse o sacerdote à rádio católica Fé e Alegria.
Segundo Manuel Renaud estas mortes "são apenas o começo" de uma situação e há um caso de "uma mãe que viu morrer os seus cinco filhos" com sarampo.
Além das complicações ocasionadas pela doença, explicou, há ainda outras dificuldades como a falta de uma ambulância para transporte de emergência até Tucupita, capital do Estado Delta Amacuro.
O sacerdote denunciou ainda que as autoridades locais não facilitam o registo das crianças Warao, que não contam com certidão de nascimento.
As autoridades sanitárias locais, denunciou, têm-se limitado a afirmar que têm "a situação controlada" e a desmentir as mortes que ocorreram noutras localidades do mesmo Estado, a pesar de que os familiares confirmam que os filhos morreram.
Em fevereiro último, missionários católicos denunciaram a morte de pelo menos seis crianças, por sarampo, na comunidade de Nabasanuka, também no Delta Amacuro.
Os Warao são um povo indígena, ameríndio, que habita o delta do Orinoco, no sul da Venezuela. Segundo dados não oficiais são pouco mais de 36 mil pessoas.