Pelas 11:02 locais (03.02 em Lisboa), hora em que a bomba "Fat man" foi lançada sobre Nagasaki há 68 anos, milhares de pessoas cumpriram um minuto de silêncio, em homenagem às cerca de 70.000 vítimas.
O presidente do município de Nagasaki, Tomihisa Taue, chamou a atenção do Governo do Japão, único país até à data atacado com armas nucleares, a liderar a cruzada multinacional para a não proliferação.
No seu discurso também criticou o acordo de cooperação nuclear que a Índia e o Japão pretendem assinar e defendeu que este tipo de pactos contribui para que países como a Coreia do Norte justifiquem os seus programas de desenvolvimento de armas nucleares.
Por último, recordou que a gestão da água radioativa, que inundou a central nuclear de Fukushima, em consequência do tsunami de 2011, ainda está por resolver e sublinhou a incerteza que esta situação gera nos milhares de afetados por este acidente.
Por sua vez, o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, defendeu os três princípios japoneses de não produzir, não possuir e não permitir que entrem armas nucleares no seu território nacional.
A cerimónia congregou este ano representantes de 44 países, incluindo o embaixador norte-americano no Japão, John Roos.
Os Estados Unidos lançaram o primeiro ataque nuclear da história sobre a cidade japonesa de Hiroshima a 06 de agosto de 1945 e três dias depois lançaram uma segunda bomba atómica sobre Nagasaki, forçando a capitulação do Japão a 15 de agosto e pondo fim à II Guerra Mundial.
Em março passado, o número total de "hibakusha", nome por que são designados os sobreviventes destes bombardeamentos em Hiroshima e Nagasaki, totalizavam 201.779 pessoas, quase menos 10.000 (9.051) do que no ano passado, e a sua idade média era de 78,8 anos.