"É o pior resultado alguma vez registado. Sempre pedi mais acesso, mas ao mesmo tempo podia dar sempre conta de alguma distribuição. Nos últimos dois meses, nada, nenhum acesso", disse Egeland numa conferência de imprensa em Genebra.
O coordenador humanitário explicou que a última vez que a ONU conseguiu entregar ajuda a uma localidade cercada foi em novembro e, desde então, nenhuma das partes permitiu a entrada de ajuda.
"No momento em que mais precisamos daqueles que têm influência sobre as partes, a ação diplomática parece totalmente impotente", lamentou, criticando o que designa como "os patrocinadores" dos beligerantes.
Citou especialmente a Rússia, o Irão e a Turquia, "que no ano passado conseguiram efetivamente uma redução da violência em algumas zonas do país".
"Precisamos que façam o mesmo agora", pediu. "O sofrimento alastra e os patrocinadores não são capazes de o parar", lamentou.
Egeland criticou por outro lado a autorização dada aos habitantes de Raqa para regressarem após a tomada da cidade aos 'jihadistas' do Estado Islâmico, a 17 de outubro, salientando o perigo que representa a grande quantidade de explosivos deixados na cidade.
Desde essa data, afirmou, 534 pessoas ficaram feridas em explosões, 112 das quais morreram.
"Estes números são de vítimas contabilizadas, mas sabemos que há muitas mais (...). Nunca se devia ter deixado tanta gente regressar tão depressa a um local tão perigoso", afirmou.