Lojas de Roma à espera de fotos de Leão XIV. Francisco rei nas vendas

Os vendedores junto da Praça São Pedro, em Roma, esperam que, na próxima semana, já existam mais artigos religiosos com a imagem de Leão XIV, que começaram a ser pedidos pelos peregrinos, logo após a eleição na quinta-feira.

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© Susana Vera/Reuters

Lusa
11/05/2025 13:28 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Papa Leão XIV

"Tive uma peruana que queria comprar terços e não os tenho", disse Agnello, funcionário de uma das lojas mais próximas dos limites dos muros do Vaticano, na direção da Praça Maior, que continua a ter Francisco como o "recordista de vendas", mesmo "superior a João Paulo II".

 

"Nos tempos de João Paulo II vendia-se muito, mas era mais a fiéis, a peregrinos. Hoje, os turistas compram terços, imãs ou souvenirs com Papa Francisco, mesmo que não acreditem. São uma memória com que ficam", resumiu Agnello.

Mais perto da Praça Pio XII, vendiam-se já pagelas com a imagem de Leão XIV, a 1,5 euros cada, nas lojas em edifícios do Vaticano, mas esse produto ainda não chegou aos outros vendedores, que usualmente vendem artigos religiosos não oficiais. 

No verso da pagela, com imagem da saudação de Leão XIV da varanda numa moldura dourada, estavam trechos do primeiro discurso público aos peregrinos, em que apelou para "uma paz desarmada e desarmante" e pediu "pontes através do diálogo e do encontro".

Mas, se pelo menos uma imagem oficial já existe, os vendedores das lojas mais afastadas aguardam que as autoridades religiosas disponibilizem fotografias que possam ser licenciadas, até porque a lei italiana é rigorosa.

As imagens dos Papas repetem-se em caixinhas de terços, pagelas, medalhas, ímanes, canetas, cantis de água, calendários, t-shirts, bonés ou casacos para a chuva.

"Se pusermos uma fotografia sem direitos temos a polícia atrás de todos, de quem vende, de quem produz e até de quem compra", explicou.

Hoje, na primeira saudação pública do Papa aos fiéis na Praça de São Pedro, na oração "Regina Caeli" (Rainha do Céu, em latim), pediu o fim da "III Guerra Mundial aos pedaços" que o mundo está a viver.

Mas, apesar do entusiasmo com o novo Papa, a colombiana Ester Marcos vai sair triste de Roma porque queria levar um 'recuerdo' de Leão XIV e não o consegue encontrar.

"Gosto muito do Francisco, mas este é o nosso novo Papa", afirmou à Lusa, a colombiana que vai regressar a Bogotá na terça-feira.

"Queria muito levar qualquer coisa dele, até porque tenho uma amiga de Chiclayo", disse Ester, numa referência à diocese peruana que o então bispo Robert Prevost liderou durante uma dezena de anos.

O vendedor, Agnello, disse que não sente redução das vendas por causa da falta de ícones de Leão XIV. "O Papa Francisco vende muito, não nos preocupa".

Já os artigos com a imagem de Bento XVI estão à venda "porque foi Papa, mas só alguns alemães é que o compram", disse.

Contudo, quando se trata da imagem dos dois Papas a cumprimentarem-se - Francisco e Bento XVI - aí as vendas já aumentam. "Foi um momento único. E Bento XVI beneficiou de estar junto a Francisco, por isso é que está aí à frente", na montra, explicou.

Sobre o novo Papa, Agnello tem expectativas que ultrapassam a venda de artigos religiosos.

"Sou uma pessoa de fé e quero o melhor para a Igreja. É importante que o trabalho do Papa Francisco continue e seja aprofundado", afirmou.

Se a isso se somarem "mais vendas", então "não será mau", acrescentou.

O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito na quinta-feira Papa, após dois dias de conclave, na Cidade do Vaticano, e assumiu o nome de Leão XIV.

Nascido em Chicago, Estados Unidos, o novo Papa tem ascendência espanhola e nacionalidade peruana, e pertence à Ordem de Santo Agostinho, tendo sido bispo de Chiclayo (Peru) e era o Prefeito do Dicastério dos Bispos.

Leão XIV sucedeu ao Papa Francisco, que morreu em 21 de abril, aos 88 anos.

Leia Também: Quase cem mil pessoas na Praça de São Pedro para ouvir o novo Papa. Veja

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