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"Deixem-nos viver com cancro, não apenas morrer dele", pediu a deputada

Tessa Jowell, deputada britânica, protagonizou um discurso emocionado hoje na Câmara dos Lordes.

"Deixem-nos viver com cancro, não apenas morrer dele", pediu a deputada
Notícias ao Minuto

23:18 - 25/01/18 por Filipa Matias Pereira

Mundo Londres

Tessa Jowell é uma deputada britânica que hoje recebeu uma longa ovação na Câmara dos Lordes, depois de ter dito que não estava "com medo" do cancro agressivo que se tinha alojado no seu cérebro.

Os restantes deputados utilizaram o seu discurso para pedir uma maior colaboração entre hospitais na luta contra o cancro. Para além disso, Tessa pediu igualmente o uso de "ensaios adaptativos" para acelerar o processo de investigação de novos fármacos:

"Geralmente, os ensaios de medicamentos testam apenas uma droga por vez, levam anos e custam uma fortuna. Novos ensaios adaptativos podem tratar muitas mais pessoas ao mesmo tempo. Eles aceleram o processo e economizam muito dinheiro", defendeu.

Eis o discurso da deputada: “Gostaria de agradecer a todos aqueles nobres senhores, amigos e colegas que me apoiaram desde o momento em que descobri que tenho um tumor cerebral. Hoje não se trata de política, mas de pacientes: pacientes e comunidade de cuidadores que os amam e apoiam. O que é que pacientes e cuidadores sentem que precisam? De melhores cuidados de saúde. Mas não se trata apenas de dinheiro. Trata-se também do poder da bondade. Trata-se de apoio aos cuidadores. Trata-se de um julgamento melhor informado por pacientes e médicos e sobre a partilha de acesso a mais e melhores dados para desenvolver melhores tratamentos". 

"Deixem-me contar-vos o que aconteceu comigo", continua, "em 24 de maio do ano passado estava a caminho de falar sobre novos projetos do Sure Start em East London, entrei num táxi, mas não consegui falar. Tive dois ataques poderosos. Fui levada para o hospital. Dois dias depois, disseram-se que tinha um tumor cerebral: Um glioblastoma multiforme. Uma semana depois, o tumor foi removido por um excelente cirurgião no Hospital Nacional da Queen Square. E no país há mais cerca de 3 mil pessoas como eu, mas menos de 2% do financiamento da pesquisa de cancro no Reino Unido é gasto em tumores cerebrais. Há 50 anos que não surgem no mercado novos medicamentos vitais para combater esta doença. O cancro é um desafio difícil para todos os sistemas de saúde e, em particular, para o nosso bem-amado sistema de saúde. Deixem-nos viver com cancro, não apenas morrer dele”, apelou num discurso emocionado. 

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