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Netanyahu critica UE por decidir não financiar projectos israelitas
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, criticou hoje, em tom irritado, a decisão da União Europeia de não financiar projetos israelitas nas colónias judaicas na Cisjordânia.
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Mundo Descontentamento
“Não vamos aceitar quaisquer imposições externas sobre as nossas fronteiras”, disse Netanyahu, citado numa nota do seu gabinete, durante uma reunião de emergência com alguns ministros, segundo a qual “esta é uma questão que vai ser decidida apenas através de negociações diretas das partes”.
Netanyahu convocou os ministros da Justiça e do Comércio e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, depois de a União Europeia (UE) ter divulgado a sua decisão de não financiar projetos israelitas para além das fronteiras de 1967, o que inclui todos os empréstimos, prémios e financiamentos a partir de 2014.
Os palestinianos acolheram com agrado a decisão europeia, mas Netanyahu, pelo contrário, disse que os europeus pareciam que tinham um sentido distorcido das prioridades, segundo um texto divulgado pela agência noticiosa AFP.
“Eu esperaria que que os que se preocupam com a paz e a estabilidade na região debatessem estes assuntos só depois de se resolverem problemas muito mais urgentes, como a guerra civil na Síria ou a corrida do Irão para obter armas nucleares”, acrescenta a declaração do seu gabinete.
Um dirigente sénior israelita afirmou que a decisão da UE iria colocar obstáculos aos esforços diplomáticos do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, para fazer reviver as negociações de paz entre israelitas e palestinianos.
Kerry chegou hoje à Jordânia para a sua sexta visita ao Médio Oriente e deve encontrar-se hoje à noite com o Presidente palestiniano, Mahmud Abbas, com quem vai ter um jantar privado.
As negociações diretas israelo-palestinianas estão congeladas desde há três anos, com os palestinianos a recusarem-se a negociar sem um congelamento da colonização dos seus territórios por Israel e sem a aceitação pelos israelitas das fronteiras de 1967, como base para as negociações.
Israel contrapõe que quer negociar, mas sem “pré-condições”.
O Observatório da Colonização Peace Now (Paz Agora) informou que as autoridades israelitas devem autorizar na quarta-feira a construção de 1.071 casas novas em seis colónias na Cisjordânia.
O Paz Agora acrescentou que “estas aprovações são parte de uma vaga inédita de planos de colonização”, considerando que “esta é outra mensagem de Israel para o governo norte-americano e para os palestinianos de que este governo [israelita] não está pronto para a paz”.
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