Partido Trabalhista suspende deputado acusado de assédio sexual
O Partido Trabalhista britânico anunciou hoje a suspensão do deputado Kelvin Hopkins por alegado assédio sexual a uma ativista do partido, o mais recente de uma série de casos de assédio envolvendo políticos no Reino Unido.
© Getty Images
Mundo Reino Unido
Hopkins, 76 anos, foi suspenso por gestos e mensagens de caráter sexual dirigidos a uma jovem militante numa reunião partidária em 2014.
"Ele abraçou-me para se despedir, agarrou-me com muita força e esfregou-se em mim, o que eu achei repulsivo", relatou ao Daily Mail a militante, Ava Etemadzadeh, que tinha 24 anos na altura.
Etemadzadeh disse ter-se queixado, mas que o partido se limitou a advertir Hopkins contra aquele tipo de comportamento.
A deputada trabalhista Jess Phillipis assegurou à BBC Radio 4 que o caso foi "perfeitamente bem tratado", seguindo os procedimentos do partido, mas disse que lhe pareceu "uma má decisão" a promoção de Hopkins, pouco tempo depois, para membro do "governo sombra" do Partido Trabalhista (Labour), pelo líder trabalhista, Jeremy Corbyn.
A suspensão do deputado trabalhista é o mais recente de uma série de casos de assédio envolvendo políticos no Reino Unido, revelados na sequência do escândalo envolvendo Harvey Weinstein, o produtor de cinema norte-americano acusado de assédio sexual, agressões sexuais e violações.
Casos que levaram nomeadamente à demissão do ministro da Defesa, Michael Fallon, 65, depois de admitir ter tido um comportamento impróprio com uma jornalista durante um jantar do partido em 2002.
A imprensa britânica noticiou contudo hoje que a verdadeira razão da demissão de Fallon foram comentários que fez à colega de governo Andrea Leadsom.
Segundo essas notícias, Leadsom terá entregado recentemente à primeira-ministra, Theresa May, um dossier sobre Fallon no qual relatava por exemplo um episódio em que, tendo-se queixado de ter as mãos frias, o colega lhe terá dito: "Sei onde as podes pôr para as aquecer". Um episódio que o ex-ministro, segundo colaboradores, "nega absolutamente".
Outros dois ministros do Reino Unido foram acusados de assédio: Damian Green, vice-primeiro-ministro, foi acusado por uma antiga militante do partido de lhe ter tocado inapropriadamente e enviado um sms "sugestivo", o que ele desmente, e Mark Garnier, secretário de Estado do Comércio Externo, acusado de utilizar uma alcunha de natureza sexual para designar uma secretária e de lhe ter pedido para comprar brinquedos sexuais.
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