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Sargento Bowe Bergdahl deverá declarar-se culpado de deserção

O sargento Bowe Bergdahl, que abandonou o posto no Afeganistão e passou cinco anos sequestrado pelos talibãs, deverá declarar-se culpado de deserção e comportamento impróprio face ao inimigo, segundo fontes ligadas ao processo citadas pela Associated Press.

Sargento Bowe Bergdahl deverá declarar-se culpado de deserção
Notícias ao Minuto

18:08 - 06/10/17 por Lusa

Mundo Estados Unidos

A decisão de se declarar como culpado, em vez de enfrentar um julgamento, marca uma nova viragem num caso que suscitou múltiplas questões sobre lealdade, negociações com sequestradores e o compromisso dos Estados Unidos de não deixar nenhum homem para trás.

Bergdahl era um soldado de 23 anos quando, em junho de 2009, ao fim de cinco meses no Afeganistão, desapareceu do posto de vigia perto da fronteira com o Paquistão, desencadeando uma enorme operação de busca.

O soldado surgiu mais tarde em vídeos dos talibãs e os Estados Unidos mantiveram-no vigiado com 'drones' e satélites, ao mesmo tempo que lançavam negociações indiretas e secretas para a sua libertação.

Em maio de 2014, Bergdahl foi entregue a forças especiais norte-americanas em troca de cinco talibãs detidos em Guantánamo, entregues no Qatar.

Apesar das muitas críticas à troca, o então Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu Bowe Bergdahl e os pais na Casa Branca e defendeu publicamente a troca de presos.

Os Estados Unidos não deixam "os seus homens e mulheres de uniforme para trás", disse Obama. "Sejam quais forem as circunstâncias, também trazemos um soldado americano de volta que tenha estado detido. Ponto Final".

O atual Presidente norte-americano, Donald Trump, na altura em campanha presidencial, disse que Bergdahl é "um traidor" que "devia ter sido executado".

Com a decisão de se declarar culpado, Bergdahl, atualmente com 31 anos, evita o julgamento, mas tanto pode ser condenado a uma longa pena de prisão ou a uma pena mais curta que reflita os cinco anos que passou em cativeiro talibã -- segundo relatou, acorrentado a uma cama, mantido na escuridão e espancado regularmente.

O delito de deserção é punível com um máximo de cinco anos de prisão e o de comportamento impróprio face ao inimigo com prisão perpétua.

A deliberação começa a 23 de outubro, segundo as fontes. Durante a deliberação, dois militares que sofreram ferimentos graves em operações de busca pelo soldado deverão testemunhar.

A defesa Bergdahl considera que o soldado não pode ser responsabilizado por uma série de acontecimentos decorrentes de decisões tomadas por terceiros e sobre as quais não tinha qualquer controlo, como o lançamento de sucessivas operações de busca.

A defesa considera também que a acusação de comportamento impróprio em face do inimigo, a mais grave, é legalmente questionável e demasiado severa.

Os advogados de Bergdahl não contestam que o soldado abandonou o seu posto sem autorização, mas citam circunstâncias atenuantes. Begdahl disse tê-lo feito para chamar a atenção para o que considerava serem problemas da sua unidade, factos que foram incluídos numa avaliação psiquiátrica realizada por uma comissão de saúde militar, que concluiu pela existência de uma desordem de personalidade esquizotípica.

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