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Cabo Verde apoia representação permanente de África na ONU

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, defendeu hoje, nas Nações Unidas, a inclusão de uma representação permanente de África no Conselho de Segurança, pedindo também maior atenção aos pequenos estados insulares.

Cabo Verde apoia representação permanente de África na ONU
Notícias ao Minuto

18:39 - 22/09/17 por Lusa

Mundo Conselho Segurança

No seu primeiro discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Ulisses Correia e Silva, manifestou-se preocupado com o atual contexto internacional, onde, adiantou "não só persistem disputas antigas como proliferam novas crises políticas internas, conflitos armados, ações terroristas, o crime organizado, bem como outras manifestações transnacionais de cariz ideológico como o populismo, a supremacia racial, a xenofobia e a intolerância à diversidade humana e cultural".

Para o chefe do executivo cabo-verdiano, estes fenómenos que ameaçam a paz global e causam sofrimento, sem poupar nenhuma região, justificam uma representação permanente de África no Conselho de Segurança.

"O Governo de Cabo Verde apoia uma reforma do Conselho de Segurança, que possa refletir na sua composição alargada, a evolução do mundo de hoje, integrando uma representação permanente da África", disse.

Ulisses Correia e Silva manifestou apoio às reformas que o secretário-geral António Guterres pretende introduzir na organização com vista a responder aos desafios da agenda de desenvolvimento 2030, reclamando maior atenção à situação dos países de rendimento médio como Cabo Verde.

"Deve-se colocar intenso foco sobre a situação particular de países de rendimento médio incluindo os países ao mesmo tempo Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, como Cabo Verde. Falta uma abordagem comum de resposta à essa categoria de países em termos de novas métricas de avaliação mais sistémica das suas necessidades de financiamento e vulnerabilidades estruturais", referiu.

"Para os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, uma implementação acertada e célere do Acordo de Paris sobre as Mudanças Climáticas é prioritária. Deve ser prioritária para o mundo inteiro", prosseguiu, manifestando a solidariedade de Cabo Verde com as populações afetadas pelos recentes furacões.

Ulisses Correia e Silva assinalou também, no seu discurso, as dificuldades das Nações Unidas em "harmonizar posições com vista à universalização de princípios e práticas no domínio de Direitos Humanos", defendendo "o diálogo" como via para atingir esse objetivo.

O primeiro-ministro cabo-verdiano sublinhou, neste contexto, a iniciativa do secretário-geral, António Guterres, de estabelecer um Pacto com os Estados Membros e de criar uma Cimeira de Dirigentes, visando combater a exploração e abusos sexuais em todas as operações de terreno das Nações Unidas.

Congratulou-se igualmente pelo início dos trabalhos para a criação de um instrumento jurídico internacional sobre a conservação e o uso sustentado da biodiversidade marinha em áreas fora da jurisdição nacional.

"Apoiamos, igualmente, a convocação de uma conferência diplomática no decurso de 2018 para a conclusão de uma convenção nesse âmbito, a qual deve salvaguardar a situação específica dos Pequenos Estados Insulares", disse.

Cabo Verde expressou também o "mais firme apoio ao Tribunal Penal Internacional (TPI)", considerando que "o reforço desse Tribunal constitui uma obrigação da geração atual para com as gerações futuras".

O primeiro-ministro enunciou, mais particularmente, a intenção de "posicionar Cabo Verde como uma plataforma de circulação no Atlântico Médio" em áreas como o turismo, transportes aéreos, operações portuárias, financeiras e de investimentos, economia digital e nano-tecnológica e na atração de investimentos.

"Cabo Verde quer posicionar-se também como um interlocutor útil no concerto das nações para o diálogo, a paz e a tolerância. A história e a localização fizeram de Cabo Verde um país resultante de fusões entre a Europa e a África; um país de relações fáceis com todos os países do mundo. Queremos valorizar e desenvolver estas valências de forma estratégica", disse.

A 72ª Assembleia Geral das Nações Unidas termina na segunda-feira.

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