Chefe de diplomacia da UE aplaude novas sanções da ONU à Coreia do Norte
A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros saudou hoje as novas sanções adotadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a Coreia do Norte, considerando que a comunidade internacional "fez o que tinha a fazer".
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Mundo Mogherini
Num debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre a situação na Coreia do Norte, Federica Mogherini começou por "agradecer a nova resolução do Conselho de Segurança da ONU", que na segunda-feira, por unanimidade, aprovou um novo pacote de sanções destinado a isolar economicamente a Coreia do Norte, que limita as importações de petróleo e derivados e proíbe as exportações de têxteis, entre outras medidas.
"Acredito que em momentos como este, de um nível de ameaça sem precedentes, apenas uma comunidade internacional unida pode ajudar a construir soluções para a crise. A comunidade internacional fez o que tinha a fazer há algumas horas, ao aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte, mas, simultaneamente, apelando a uma solução pacífica para a crise e mantendo as portas abertas ao diálogo político", declarou a chefe da diplomacia da UE, dirigindo-se aos eurodeputados.
Mogherini insistiu que esta abordagem é aquela que tem vindo a ser defendida desde sempre, e de forma muito unida e concertada, pela União Europeia, pois, enfatizou, "não há solução militar para esta crise".
"Um ataque militar seria inútil e extremamente danoso", disse, advertindo que o mesmo "poderia tornar-se um conflito em grande escala, com consequências absolutamente imprevisíveis", mas dramáticas, não só para a península coreana como para todo o mundo.
Restando como "única solução" um reforço de sanções como forma de "abrir canais de diálogo político e diplomático", a Alta Representante da UE disse que agora a União atuará em três frentes a nível das sanções: implementar as novas sanções impostas pela ONU, garantir que todos os parceiros internacionais fazem o mesmo para assegurar a sua eficácia, e discutir eventuais novas sanções do lado da UE, questão já abordada na recente reunião informal de chefes de diplomacia europeus, em Talin.
As sanções impostas à Coreia do Norte são menos drásticas do aquilo que pretendia Washington, que queria uma proibição total de venda de crude, produtos petrolíferos refinados e gás à Coreia do Norte por parte dos Estados-membros da ONU.
No entanto, Rússia e China, com direito de veto no Conselho de Segurança, manifestaram a sua oposição a alguns dos pontos do projeto de resolução inicial elaborado pelos Estados Unidos, com o documento final a resultar mais 'suavizado' após negociações.
As medidas agora tomadas, somadas às sanções anteriores, que fixaram um embargo às exportações de carvão, ferro, peixe e marisco, representam uma perda de 2.700 milhões de dólares (cerca de 2,26 mil milhões de euros) para a Coreia do Norte, valor que corresponde a 90% das vendas ao estrangeiro, segundo cálculos apresentados no ano passado pelos Estados Unidos.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou esta resolução na sequência do sexto ensaio nuclear efetuado por Pyongyang em 03 de setembro. A Coreia do Norte afirma ter testado com sucesso uma bomba de hidrogénio, conhecida como 'bomba H' miniaturizada, apta a ser colocada num míssil balístico intercontinental (ICBM).
O ensaio com uma bomba de hidrogénio foi o mais potente realizado pelo regime norte-coreano e suscitou a condenação da comunidade internacional, aumentando a tensão na região.
Em julho, a Coreia do Norte já tinha realizado dois disparos de ICBM.
Estas atividades nucleares e balísticas violam as resoluções das Nações Unidas que com sanções, cada vez mais severas, pretendem forçar os dirigentes de Pyongyang a negociar os programas de armamento nuclear e convencional, considerados uma ameaça para a estabilidade mundial.
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