"Esperamos que ponham um fim à transferência regular de migrantes ilegais entre as ilhas italianas, como Lampedusa, e o continente", declarou Sebastian Kurz após uma reunião em Viena com o seu homólogo italiano, Angelino Alfano, durante a qual lhe transmitiu esta posição do governo austríaco.
Kurz sublinhou que ao transferir os migrantes para o continente, a Itália está a permitir-lhes "prosseguir a sua rota para norte".
"Não só coloca pressão sobre a Europa central, como também incentiva mais migrantes a partir, dando mais dinheiro a ganhar aos traficantes e aumentando o número de naufrágios", realçou o ministro austríaco.
"As missões de resgate no mar não podem continuar a ser consideradas como um bilhete para a Europa central", disse ainda Kurz.
O ministro austríaco, de 30 anos, notabilizou-se pela postura conservadora face à questão dos refugiados, opondo-se em 2015 à política de abertura temporária de fronteiras defendida pela chanceler alemã, Angela Merkel.
No início de julho, Kurz e o ministro da Administração Interna advertiram que a Áustria estaria disposta a aplicar controlos reforçados das fronteiras com a Itália, caso o número de migrantes continuasse a aumentar. O governo em Roma reagiu com protestos, criticando a falta de solidariedade europeia relativamente a esta questão.
Desde o início do ano que já chegaram às costas italianas mais de 85 mil pessoas. A Itália já acolheu mais de 500 mil migrantes desde 2014.