"Nunca um movimento político francês com 13 meses de existência teve a audácia de ter 52% dos seus candidatos civis, sem currículo profissional na política", declarou o secretário-geral do movimento A República Em Marcha [La Republique En Marche], Richard Ferrand, em conferência de imprensa.
"A promessa de renovação está assim cumprida", acrescentou.
Manuel Valls, que centrou as atenções nos últimos dias por abandonar o Partido Socialista para se juntar a Macron, não é candidato pelo A República em Marcha, por não cumprir os critérios definidos pelo movimento, mas foi encontrada uma solução de compromisso.
Valls "já fez três mandatos parlamentares" sucessivos, pelo que não pode candidatar-se segundo uma regra do movimento, "conhecida desde 19 de janeiro", definida para assegurar a renovação política.
Mas, porque o La Republique En Marche considera "que não se fecha a porta na cara a um ex-primeiro-ministro", não vai apresentar um candidato contra ele na sua circunscrição de Essone, disse Ferrand.
"Estou determinado a envergar as cores do progresso, aqui [...], e de qualquer forma estarei envolvido na maioria presidencial", disse Valls à televisão BFM-TV, explicando que vai candidatar-se para, mesmo sem integrar as listas de Macron, apoiar a política do novo presidente.
Os 428 candidatos apresentados hoje foram escolhidos entre "19.000 processos" de candidatura recebidos pelo movimento. Mais de metade (52%) são da sociedade civil, "no sentido de que nunca exerceram um mandado por eleição", explicou Ferrand.
A lista obedece também a uma "paridade real", com 214 candidatas mulheres e 214 candidatos homens.
A maioria (93%) trabalha, 2% estão à procura de emprego, 4% são reformados e 1% estudantes. A média de idades é 46 anos, a candidata mais nova tem 24 anos e a mais velha 72, precisou.
O movimento conta apresentar o resto das candidaturas mais tarde -- há 577 circunscrições -, pois, segundo Ferrand, "é preciso dar espaço à recomposição em curso da paisagem política francesa".