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Habitantes de cidade dos EUA acusam petrolíferas de provocarem sismos
Residentes de uma cidade atingida pelo maior sismo registado no Estado do Oklahoma apresentaram uma queixa judicial contra dezenas de empresas petrolíferas e de gás, acusando-as de provocarem abalos destruidores, com a injeção de água no subsolo.
© Reuters
Mundo Oklahoma
Os residentes de Pawnee apresentaram a queixa no tribunal contra 27 empresas, argumentando que realizaram injeções de quantidades elevadas de água, mesmo sabendo que o método provoca tremores de terra.
A queixa pretende obter uma indemnização por destruição de propriedade e redução do seu valor, bem como por esgotamento emocional.
Um abalo de magnitude 5,8 na escala aberta de Richter atingiu a cidade, com cerca de 2.200 habitantes, em setembro e a queixa alega que a localidade sofreu outros 52 desde então. Em 06 de novembro, um sismo de 5,0 causou estragos em dezenas de edifícios na vizinha Cushing, uma cidade que acolhe um dos principais complexos mundiais petrolíferos.
O Estado do Oklahoma teve milhares de sismos nos últimos anos, com quase todos associados a injeção subterrânea de água. Alguns cientistas asseguram que a injeção de massivas quantidades de água misturada com químicos induz os abalos.
Os reguladores têm apelado aos produtores de petróleo e gás que fechem os poços ou reduzam o volume de fluidos que lá injetam.
Duas das empresas identificadas na queixa, a Eagle Road Oil e a Cummings Oil Company, não responderam a pedidos de comentário. As outras 25 empresas não foram identificadas.
Na queixa as empresas foram acusadas de "indiferença em relação à segurança pública e das pessoas", ao continuarem a operar os poços na área.
"Temos clientes que não autorizam os seus filhos a irem para os pisos superiores das casas, com medo de que os telhados lhes caiam em cima", afirmou Curt Marshall, um advogado dos queixosos, acrescentando: "Há muito medo".
Marshall estimou que centenas de casas em Pawnee sofreram estragos devidos aos sismos, especificando que aqueles iam desde fissuras nas paredes, alicerces e abrigos de proteção de furacões a curto-circuitos.
Um estudo de 2015 da agência norte-americana de Geologia (USGS, na sigla em inglês) sugere que as atividades industriais no Oklahoma, como a produção de petróleo e gás, provocaram um aumento acentuado dos tremores de terra nos últimos 100 anos.
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