Em abril e maio de 2011 ocorreram manifestações de estudantes, rapidamente dispersadas, pouco após o início do movimento de contestação ao poder do Presidente Bashar al-Assad em meados de março.
Em julho de 2012, os rebeldes do Exército sírio livre (FSA) ocupam metade da cidade. No início de agosto, as tropas governamentais desencadeiam uma ofensiva terrestre e ocorrem os primeiros bombardeamentos aéreos.
Antiga capital económica, a segunda cidade da Síria permanece dividida entre setores fiéis a Damasco a oeste, onde vivem 1,2 milhões de pessoas, e rebeldes no leste, com mais de 250.000 habitantes.
Da opulenta cidade e da sua zona antiga apenas resta desolação, regista a agência noticiosa France-Presse.
Desde dezembro de 2013 que o exército utiliza "barris de explosivos" contra os bairros rebeldes, lançados desde helicópteros e aviões militares, segundo tem referido o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e militantes. O recurso a este tipo de armamento tem sido denunciado pela ONU e diversas ONG.
Os insurretos ripostam com mortíferos disparos de 'rockets' sobre os bairros governamentais.
Segundo os médicos que se encontram na parte rebelde, que também não têm sido poupados aos bombardeamentos, as condições sanitárias são alarmantes.
A partir de setembro de 2015, a Rússia decidiu intervir diretamente no conflito em apoio ao regime sírio, que enfrentava muitas dificuldades no terreno, permitindo a Damasco recuperar terreno a diversas forças rebeles, em particular no oeste do país.
Em 17 de julho de 2016, o exército sírio conseguiu cortar a estrada de Castello, último eixo de abastecimento dos rebeldes, e cercar totalmente os seus bairros, onde os habitantes são confrontados com numerosas penúrias e um aumento em flecha dos preços dos bens essenciais.
No final de julho o Exército da conquista, uma aliança de grupos rebeldes e 'jihadistas', desencadeia uma importante ofensiva para tentar romper o cerco.
A 22 de setembro, alguns dias após o fim de uma nova trégua de uma semana anunciada por norte-americanos e russos, Damasco e o seu aliado russo lançam uma vasta ofensiva em, direção à parte rebelde e destinada a retomar a totalidade da cidade.
Os ocidentais evocaram "crimes de guerra" cometidos pela Rússia e Síria em Alepo. Segundo a Amnistia Internacional (AI), que difundiu em 19 de outubro novas imagens satélite sobre a amplitude das destruições no leste de Alepo, foram utilizadas bombas de fragmentação de fabrico russo, uma arma proibida.
Joia da arquitetura do Médio Oriente, Apelo é habitada desde há 6.000 anos, uma das mais velhas cidades do mundo com população constante, devido à sua estratégica situação entre o Mediterrâneo e a antiga Mesopotâmia.
Especializada na indústria manufatureira, no século XIX era a segunda cidade do Império otomano, após Constantinopla/Istambul.
Em 1979, após um atentado contra a Academia militar de Alepo atribuído à Irmandade Muçulmana, o regime impõe o isolamento da cidade e na qual muitos comerciantes apoiavam a revolta da confraria islamita. No entanto, Alepo recupera uma certa prosperidade da década de 1990.
A cidadela, património mundial da Unesco desde 1986 e cuja construção foi iniciada no início do século X e se prolongou por três séculos, foi danificada numa secção em julho de 2015.
Antes, o minarete seldjúcida da mesquita dos omíadas foi destruído e o 'souk' com diversas lojas centenárias foi destruído pelas chamas. Em 2013 a Unesco colocou a Cidade velha na lista dos locais do património mundial em perigo.
A zona rebelde arrisca-se a ser "totalmente destruída" e milhares de civis mortos caso prossiga a ofensiva russo-síria, alertou em 6 de outubro o enviado especial da ONU, Staffan de Mistura.