Galiza e País Basco reforçam caminho para terceiras eleições gerais
O resultado das eleições na Galiza e País Basco reforça a posição do PP no poder, enfraquece a alternativa pretendida pelo PSOE e aproxima mais a Espanha da realização de eleições gerais, as terceiras em um ano.
© Reuters
Mundo Espanha
O PSOE é o grande derrotado das eleições de domingo nas duas Comunidades Autónomas, perdendo quatro deputados regionais no parlamento da Galiza e sete no do País Basco.
A esquerda populista e radical do Podemos concorreu pela primeira vez nestas eleições, sendo responsável pelo pior resultado que os socialistas alguma vez tiveram nas duas regiões.
O partido Popular (PP, de direita) renova a maioria absoluta que já tinha na Galiza e o seu líder regional, Albert Núñez Feijóo, já é apontado como um possível sucessor no futuro de Mariano Rajoy à frente do Governo espanhol.
O Ciudadanos (centro) não conseguiu, mais uma vez, eleger qualquer deputado nos dois parlamentos regionais.
O PSOE reúne hoje ao fim do dia o seu Comité Executivo e no sábado o seu Comité Executivo, sendo cada vez mais estreita a margem de manobra do seu secretário-geral, Pedro Sánchez, para tentar uma alternativa viável ao Governo de gestão em funções liderado por Mariano Rajoy.
Os socialistas recusam abster-se para deixar passar a formação de um Governo liderado por Rajoy, com Sanchez a afirmar, antes das eleições regionais, que iria tentar uma alternativa a um executivo do PP.
O secretário de Organização do PSOE, Cesar Luena, foi o único responsável nacional que falou no domingo à noite, para admitir que o resultado das eleições galegas e bascas foram negativas para o seu partido, em ambas as comunidades, com a campanha eleitoral a decorrer "em condições muito difíceis".
Se o impasse político em Madrid não for debloqueada até 31 de outubro próximo, o rei Felipe VI terá de dissolver o parlamento nacional e convocar novas eleições.
Se isso acontecer, serão as terceiras eleições legislativas que se realizam no espaço de um ano, depois de na primeira consulta, em 20 de dezembro de 2015, e na segunda, em 26 de junho deste ano, as quatro principais forças políticas espanholas (PP, PSOE, Unidos Podemos e Ciudadanos) não terem conseguido chegar a um acordo para formar um Governo estável em Espanha.
A Galiza é a única Comunidade Autónoma espanhola governada por um partido com maioria absoluta e sem precisar de se coligar a outro, tendo o PP mantido 41 deputados num total de 75 no parlamento regional.
A formação En Marea (coligação que agrupa, entre outros, os partidos de esquerda Podemos e Esquerda Unida) conseguiu ultrapassar o PSOE em número de votantes, tendo, no entanto, as duas forças políticas ficado com 16 representantes na assembleia regional.
O Bloco Nacionalista Galego baixa de nove para seis deputados regionais.
Por outro lado, o Partido Nacionalista Basco (PNV) venceu, com maioria relativa, as eleições para o parlamento regional, mantendo-se à frente do governo regional depois de aumentar de 27 para 29 deputados a sua representação no parlamento regional que tembém tem 75 assentos.
Os independentistas do EH Bildu (Euskal Herria Bildu - coligação de vários partidos regionais de esquerda) ficam em segundo lugar com 17 deputados, menos cinco do que nas eleições regionais anteriores, em 2012.
Na terceira posição ficou o Podemos que, com 11 lugares, entra no parlamento regional pela primeira vez, depois de ter sido o partido mais votado na região nas eleições nacionais de 26 junho último.
O PSOE foi a força política mais penalizada nesta Comunidade Autónoma, tendo baixado de 16 para nove o número de representantes no parlamento regional.
O PP também obteve nove deputados, menos um do que nas eleições anteriores.
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