Meteorologia

  • 07 MAIO 2024
Tempo
12º
MIN 12º MÁX 26º

Coreia do Sul exclui envio de ajuda para Norte devastado por inundações

A Coreia do Sul excluiu hoje enviar ajuda para a Coreia do Norte, onde pelo menos 138 pessoas morreram nas últimas inundações, afirmando que o dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, iria reclamar o mérito por qualquer assistência.

Coreia do Sul exclui envio de ajuda para Norte devastado por inundações
Notícias ao Minuto

11:24 - 23/09/16 por Lusa

Mundo Assistência

Na quarta-feira, a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) pediu 15,5 milhões em ajuda de emergência para ajudar os norte-coreanos, naquele que Pyongyang afirmou ser "o pior desastre" desde a Segunda Guerra Mundial.

As agências humanitárias alertaram para um "desastre secundário", caso o país não receba assistência internacional.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirmou que as doenças e a subnutrição estão a aumentar. Os serviços de saúde informaram que estão a receber duas vezes mais crianças do que antes das intempéries.

Pelo menos 138 pessoas morreram e cerca de 400 estão desaparecidas, depois de chuvas torrenciais terem desencadeado enormes inundações, que devastaram várias localidades no nordeste do país, afirmaram, na passada semana, as Nações Unidas.

De acordo com a ONU, 140 mil pessoas precisam de assistência. A FICV afirmou que perto de 70 mil continuam desalojadas, depois de dezenas de milhares de habitações terem sido danificadas ou destruídas.

Se Seul fornecesse qualquer tipo de ajuda, "Kim Jong-un reclamaria todo o crédito indevido", disse Jeong Joon-hee, porta-voz do ministério da Unificação sul-coreano, aos jornalistas.

"Nestas circunstâncias, não posso deixar de considerar que qualquer ajuda externa seria em vão", afirmou depois de uma pergunta sobre se Seul ia responder aos apelos de ajuda.

Apesar do apelo da ONU, a comunidade internacional tem-se mostrado indiferente, acrescentou.

No início da semana, o ministério rejeitou um pedido de Organizações Não-Governamentais para contactar norte-coreanos e debater uma possível ajuda. Os contactos não-autorizados são proibidos e podem implicar penas de prisão.

"Enquanto o Norte afirma ter sofrido o pior desastre de sempre (desde a Segunda Guerra Mundial), Kim Jong-un mostra-se muito sorridente num centro de testes de motores de foguetões", disse Jeong na quarta-feira.

Na terça-feira, o regime norte-coreano, que possui armamento nuclear, congratulou-se pelo "êxito do teste" de um novo e mais potente motor de foguetão.

Seul considerou que esta ação uma demonstração dos progressos militares norte-coreanos para desenvolver a capacidade de atingir a costa leste (Atlântico) dos Estados Unidos.

Na quinta-feira, a Cruz Vermelha norte-coreana criticou a "campanha de difamação" do Sul, depois de alguns 'media' sul-coreanos terem referido o crescente descontentamento entre a população norte-coreana, alegadamente obrigada a trabalhar na reconstrução das zonas atingidas pelas inundações.

"A prática universal, com base na mais elementar ética humana, é consolar as vítimas e prestar ajuda as zonas atingidas quando inundações e outros desastres acontecem", disse.

"Mas o grupo de Park prefere uma difamação infundamentada, ao invés de expressar apoio pelo sofrimento dos seus compatriotas", afirmou, numa referência à presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.

O Sul fornecia regularmente alimentos ao Norte empobrecido antes da eleição do governo conservador em 2008.

As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório