Síria: Ministros preocupados com fim de cessar-fogo
O encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que aconteceu esta segunda-feira em Nova Iorque, foi marcado por "muita preocupação" com o final do cessar-fogo na Síria, disse à Lusa o ministro português.
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"Há muita preocupação, mas ninguém está a deitar a toalha ao chão. Todos aguardamos, com confiança, os resultados do encontro do Conselho de Segurança de amanhã [quarta-feira]", disse à Lusa Augusto Santos Silva.
Estados Unidos, Rússia e outros protagonistas do processo na Síria reúnem-se na terça-feira em Nova Iorque para discutir a crise no país. Na quarta-feira, o Conselho de Segurança das ONU reúne-se com a mesma intenção.
O exército sírio declarou esta segunda-feira o fim do cessar-fogo decretado há uma semana por Washington e Moscovo, que se acusam mutuamente do fracasso de mais uma tentativa para pôr termo a cinco anos de guerra na Síria.
"Para que o processo de diálogo seja retomado é necessário que exista um mínimo de confiança entre as partes. Tentámos perceber [durante o encontro] de que forma é que a União Europeia pode contribuir para o retomar desse diálogo", explicou Santos Silva.
O final do cessar-fogo foi decretado na segunda-feira, da em que um comboio de ajuda humanitária foi atingido pelos bombardeamentos de aviões de guerra perto de Auram al Kubra, oeste da província síria de Alepo, onde estava a prestar assistência.
Santos Silva lembrou que a União Europeia "tem a liderança da ajuda humanitária no país e do processo de reconstrução", dois objetivos que se encontram comprometidos neste momento.
"Tem de haver condições de segurança para cumprir o dever de ajuda humanitária. Os acontecimentos de hoje [segunda-feira] põem isso em causa. Também estão limitados os esforços de reconstrução enquanto o conflito ainda decorre", explicou o ministro.
O anúncio de segunda-feira deixa antever uma retomada mais violenta da guerra que desde março de 2011 já provocou mais de 300 mil mortos e devastou a Síria.
Augusto Santos Silva acredita, no entanto, que o diálogo entre as partes será retomado esta semana e que isso se vai traduzir em desenvolvimentos positivos.
"Seria muito difícil imaginar o fim desta semana ministerial da Assembleia Geral da ONU sem que acontecessem avanços a este nível. Ninguém perdoaria a comunidade internacional se isso não acontecesse", concluiu.
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