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Birmânia liberta presos políticos
As autoridades birmanesas libertaram dezenas de presos políticos, anunciaram esta terça-feira militantes da oposição, um dia depois do fim de quase todas as sanções europeias contra o regime.
© Reuters
Mundo Autoridades
"Temos a confirmação de um total de 59 presos políticos" libertados, indicou Bo Kyi da Associação de Assistência aos Presos Políticos da Birmânia (AAPP).
"Tanto quanto sabemos, um total de 30 presos foi libertado", disse Nyan Lin, da organização pró-democracia Geração 88.
Ao todo, 93 pessoas beneficiaram desta nova amnistia, de acordo com um responsável governamental, sem precisar se os detidos eram presos políticos ou não.
O governo, que sucedeu no poder à junta dissolvida em Março de 2011, libertou, em várias ocasiões, centenas de presos políticos entre mais de dois mil detidos antes da mudança de regime, incluindo jornalistas, estudantes, advogados, monges e militantes políticos.
A última vaga de várias dezenas de libertações deu-se quando o presidente norte-americano, Barack Obama, visitou a Birmânia.
O número de detidos não é claro. A AAPP continua a falar em mais de 200, a Human Rights Watch (HRW) de 240, mesmo antes destas libertações.
Em Fevereiro, as autoridades a anunciaram a criação de uma comissão para examinar os casos dos presos políticos, na sequência de uma promessa nesse sentido feita em Novembro passado, também por ocasião da visita de Obama.
Esta comissão deve, nomeadamente, definir quais são os presos políticos, em toda a população prisional.
A nova amnistia surge no dia a seguir ao levantamento, pela UE, de todas as sanções comerciais, económicas e individuais contra a Birmânia, à excepção do embargo sobre as armas.
Esta decisão foi saudada por Naypyidaw, mas a HRW considerou-a prematura.
A organização norte-americana de defesa dos direitos humanos afirmou recear que os europeus se tenham privado de um meio de pressão para encorajar o regime a continuar as reformas, podendo ter exigido nomeadamente para levantar as sanções a libertação de todos os presos políticos.
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