Meteorologia

  • 05 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 16º MÁX 21º

Relatório sobre mortes em posto militar aponta falhas de controlo

As conclusões do inquérito à morte, em abril, de 11 pessoas num posto militar em Cabo Verde apontam falhas nos procedimentos de controlo do posto e as Forças Armadas anunciaram hoje a instauração de processos disciplinares aos responsáveis.

Relatório sobre mortes em posto militar aponta falhas de controlo
Notícias ao Minuto

16:12 - 29/07/16 por Lusa

Mundo Cabo Verde

O relatório concluiu que o principal suspeito das mortes no destacamento de Monte Txota, o soldado do mesmo posto Manuel António Silva Ribeiro, mais conhecido por Antany, agiu "por motivações de foro pessoal", mas também que não foram cumpridos "escrupulosamente" determinados procedimentos, sobretudo os de controlo do posto.

Manuel António Silva Ribeiro é suspeito da morte de oito militares e três civis, incluindo dois cidadãos espanhóis, está a aguardar julgamento em prisão preventiva.

"Através dos resultados do relatório, serão instaurados processos disciplinares, eventualmente a algum militar que tenha infringido os regulamentos de disciplina militar ou procedimentos no dia-a-dia de funcionamento do destacamento de Monte Txota", disse o chefe de Estado Maior das Forças Armadas (CEMFA) de Cabo Verde, Anildo Morais.

O tenente-coronel Anildo Morais, que sucedeu ao major-general Alberto Fernandes depois deste ter colocado o cargo à disposição na sequência das mortes de Monte Txota, falava em conferência de imprensa para dar conta dos resultados do inquérito instaurado para averiguar eventuais irregularidades no funcionamento do posto militar.

"Sempre haverá consequências, depois de uma análise profunda é claro que nada fica como dantes nas Forças Armadas. Haverá certamente responsabilização, teremos que fazer os reajustamentos necessários conforme for a situação", prosseguiu Anildo Morais.

O CEMFA não mencionou nomes nem funções de militares que estavam de serviço no dia das mortes, que só foram descobertos no dia seguinte, mas indicou que o processo disciplinar para responsabilização já está a decorrer na 3.ª Região Militar, que é responsável pelo destacamento.

O relatório, onde foram ouvidas várias pessoas, entre elas o soldado Manuel Silva Ribeiro, concluiu também que as Forças Armadas precisam de mais meios humanos e materiais, sobretudo de transporte e de comunicação, carências que já foram remetidos ao Governo.

Com base no relatório, que foi encaminhado ao ministro da Defesa, Luís Filipe Tavares, o chefe das Forças Armadas cabo-verdianas disse que foram dadas indicações para reavaliar e atualizar os normativos em matéria de atuação, bem como acompanhar possíveis casos de instabilidade emocionais ou psicológicos entre os militares.

Anildo Morais afirmou que as Forças Armadas cabo-verdianas vão "tudo fazer" para que situações idênticas não venham a acontecer e garantiu que a instituição castrense vai continuar a acompanhar a situação das famílias das vítimas.

Em relação ao processo, o CEMFA disse que está "praticamente concluído", faltando apenas alguns exames que foram mandados fazer no exterior e o relatório de alguns exames psicológicos e psiquiátricos que o Antany foi submetido.

Anildo Morais disse ainda que a acusação só deverá ser formulada logo após início do ano judicial em Cabo Verde, em outubro, mas salientou que, de acordo com artigo 189.º do Código de Justiça militar, há um período de instrução do processo de 120 dias.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório