Aos crocodilos-do-nilo foi-lhes atribuído o nome por serem uma espécie praticamente exclusiva do rio africano. Contudo, espécies diferentes da mesma raça têm surgido onde não é suposto.
Na zona dos Everglades, no estado americano da Florida, foram descobertos, entre 2009 e 2014, três crocodilos mais semelhantes aos do rio Nilo que dos zoos americanos. Feita a análise do ADN, confirmou-se que os três animais eram mesmo crocodilos-do-nilo.
De acordo com uma investigação da revista científica Journal of Herpetological Conservation and Biology, citada pela BBC, um dos animais foi caputrado, sinalizado e posteriormente libertado.
A investigação serviu para avaliar a capacidade de crescimento e deslocação destes crocodilos, chegando à conclusão de que os crocodilos-do-nilo possuem as condições necessárias para puderem prosperar nos pântanos dos Everglades, levantando assim a suspeita de que podem existir muitos mais crocodilos do que os três já encontrados.
Estas são notícias que preocupam os norte-americanos, como descreve a ABC, baseando-se nas estatísticas que apontam para um total de 480 ataques feitos pelos crocodilos-do-nilo a pessoas africanas entre 2010 e 2014. Desses ataques, 123 resultaram em vítimas mortais.
À preocupação humanitária acresce uma apreensão ao nível ambiental, visto que, sem existirem predadores naturais ou fatores que condicionem o seu desenvolvimento, os crocodilos-do-nilo podem prosperar e aumentar a pressão sobre as espécies de que alimentam, colocando-as em risco de extinção.