Lobista diz que entregou um milhão ao presidente da Câmara de Deputados

O lobista Fernando Baiano disse hoje que entregou cerca de quatro milhões de reais (um milhão de euros) a um funcionário do presidente da Câmara dos Deputados brasileira, Eduardo Cunha, chamado Altair.

Lobista diz que entregou 1ME para o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil

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Lusa
26/04/2016 22:17 ‧ 26/04/2016 por Lusa

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"Nunca entreguei dinheiro diretamente para Eduardo Cunha, apenas para pessoas que seriam ligadas a ele", disse Fernando Baiano, em depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, segundo a Agência Câmara Notícias brasileira.

Baiano respondeu aos deputados que esse pagamento foi feito "em cinco ou seis vezes".

"Quando estava com o dinheiro em mãos, entrava em contato por mensagem e procurava o Altair no escritório e levava [o dinheiro] no meu próprio carro", explicou.

Fernando Baiano também negou ter conhecimento sobre depósito de dinheiro em contas no exterior.

O lobista afirmou que Júlio Camargo, empresário condenado por desvios em contratos de aluguer de navios-sonda da Petrobras, teria uma dívida de 16 milhões de dólares (14,174 milhões de euros) e teria feito um acordo para o pagamento de 10 milhões de dólares (8,859 milhões de euros).

Fernando Baiano contou que pediu ajuda a Eduardo Cunha para cobrar a dívida com Júlio Camargo, sendo que, se o deputado conseguisse, ele "daria uma parte desse dinheiro para a campanha dele".

Segundo o depoente, Eduardo Cunha teria ajudado a pressionar Júlio Camargo para fazer os pagamentos.

"A ideia dele era fazer uma pressão junto do Conselho de Fiscalização para que a Petrobras informasse sobre os negócios de Júlio e as empresas dele junto à Petrobras", relatou.

Fernando Baiano contou também que esteve na casa do deputado algumas vezes, ao fim de semana.

Eduardo Cunha, investigado por crimes de corrupção, é igualmente suspeito de manter contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas na comissão parlamentar de inquérito da Petrobras, em março de 2015.

O advogado Marcelo Nobre, responsável pela defesa de Eduardo Cunha, protestou contra a discussão, justificando que as suspeitas de recebimento de subornos não faziam parte do processo.

Antes da abertura da sessão, foi entregue uma petição com 1,3 milhões de assinaturas, a pedir a cassação do mandato do presidente da Câmara dos Deputados, coordenada pela Avaaz, uma plataforma que promove campanhas pela Internet.

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