A 13 de março de 2013, o latino-americano Jorge Bergoglio passou a ser Francisco. Passam hoje três anos desde o início do Pontificado e desde aí Francisco ainda não parou de surpreender.
Jesuíta, o facto de ter abdicado dos luxuosos paramentos habitualmente usados pelo Sumo Pontífice e usar apenas vestes brancas, prata em vez de ouro e sapatos simples foi o primeiro sinal de que o novo Papa era diferente.
A condenação da ganância e da ditadura da riqueza foi uma das primeiras mensagens que quis passar aos fiéis. No próprio Vaticano deu início a uma reforma financeira no Banco do Vaticano (Instituto para as Obras de Religião), instituição ligada a casos de corrupção e lavagem de dinheiro.
Numa decisão inédita na história da Igreja Católica, o Papa ordenou pessoalmente a prisão do ex-arcebispo e ex-embaixador da Santa Sé, Jozef Wesolowskide, acusado de abusos sexuais. Publicamente, pediu perdão pelos casos de pedofilia cometidos por sacerdotes.
O seu discurso, a promoção de um Sínodo sobre a Família e de um Jubileu extraordinário deMisericórdia abriram portas a uma maior aceitação na Igreja de casais divorciados, casados em segundas núpcias ou mães solteiras.
Exemplo de tolerância face à homossexualidade, Francisco recebeu no Vaticano um travesti espanhol e, aos jornalistas, perguntou: "se um gay procura Deus, quem sou eu para julgá-lo?”.
Com a encíclica 'Laudato si', Francisco apelou a um movimento mundial para a defesa do ambiente. A ‘refundação da Europa', particularmente necessária perante as crises de refugiados e do terrorismo internacional, foi outros dos seus apelos.
Também com as outras religiões Francisco se mostrou tolerante, quer entre evangélicos, muçulmanos, judeus e mesmo ateus.
Em 36 meses, o Papa argentino visitou o Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba e Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, e o México, bem como as cidades de Estrasburgo (França), onde passou pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da Europa, Tirana (Albânia) e Sarajevo (Bósnia-Herzegovina).
Realizou também dez viagens em Itália, incluindo passagens por Assis e pela ilha de Lampedusa, e já anunciou que vai visitar o antigo campo de concentração alemão de Auschwitz-Birkenau no final de julho.