Nesta reunião magna, o SPD, que integra a atual coligação governamental liderada pelo chanceler conservador Friedrich Merz (CDU), pretende renovar a sua liderança e o seu projeto político, tendo como pano de fundo uma polémica gerada por certos setores do partido que contestam o rearmamento militar da Alemanha.
O partido deverá segurar Lars Klingbeil, atual ministro das Finanças e vice-chanceler, como co-líder, e deixar cair Saskia Esken. É expectável que a ministra do Trabalho e Assuntos Sociais, Bärbel Bas, seja eleita pelos cerca de 600 delegados presentes na reunião e assuma o lugar de Esken.
Durante o congresso, Klingbeil, 47 anos, deverá responder pelo pior resultado eleitoral do partido desde a fundação da República Federal.
Nas eleições de fevereiro passado, os sociais-democratas (a força política do então chanceler Olaf Scholz) conseguiram 16,4% dos votos, ficando atrás da extrema-direita, e acabando por negociar uma coligação com a União Democrata-cristã (CDU), que acabou em primeiro lugar.
"Precisamos de um debate honesto, aberto e sem trégua no SPD sobre como nos podemos fazer mais fortes", reconheceu Klingbeil, que tem recebido críticas e pressões dentro do partido.
Uma ala do partido tem assumido duras críticas contra a política externa e de defesa do Governo.
Certos setores do SPD criticaram, entre outras coisas, num manifesto, o facto de na Alemanha terem sido impostas "forças que procuram o futuro sobretudo numa estratégia de confrontação militar e centenas de milhares de milhões de euros para armamento".
O atual líder do SPD, considerado ambicioso, não parece pôr de parte uma corrida a chanceler em 2029. Questionado sobre essa possibilidade, revelou que ser líder do SPD o deixa "totalmente satisfeito", acrescentando, ainda assim, conseguir "imaginar mais".
O congresso de três dias, em Berlim, deverá abordar vários pontos que prometem gerar discussão como o salário mínimo - o aumento de 15 euros exigido pelo SPD não se deverá concretizar -- e o serviço militar obrigatório que está a ser considerado pelo chanceler Friedrich Merz e a gerar controvérsia.
O congresso do SPD decorre até domingo em Berlim.
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