A enfermeira Violet Gosset testemunhou em primeira mão o impacto que a Primeira Guerra Mundial teve para os soldados ingleses, noticia o Mirror.
Durante este período sangrento, a à data jovem enfermeira decidiu fazer um diário de toda a sua experiência no campo de batalha, perto da fronteira com França.
Agora, o seu diário foi descoberto num sótão, 90 anos depois.
Com notas escritas à mão, entre 1915 e 1919, Violet descreveu os cenários horrendos com os quais se foi deparando. "Fiquei com a imagem de uma ala cheia de homens com os seus cérebros a sair, já que os capacetes não tinham utilidade", relatou então.
Nas suas descrições estavam também amputações sem os instrumentos próprios e todo o tipo de tratamento que era feito aos soldados feridos. "Eles estão nas macas, em poças de sangue e lama. Dois coronéis morreram na noite passada e não há sítio para os enterrar", escreveu.
Violet acabou por trazer os seus diários para Inglaterra e no regresso aproveitou para fazer colagens de fotografias suas e postais.
Depois de a enfermeira ter falecido, o diário foi entregue a familiares que acabaram por se esquecer da sua existência. Entretanto, o livro foi descoberto no início deste ano por uma mulher que não tem nenhum grau de parentesco com Violet.
Mas não foram apenas cenários de horror que descreveu. O Natal de 1916 foi registado como um tempo "muito feliz, com poucos casos".
"Decorámos como conseguimos. Sopa foi o primeiro prato de seis e bebemos um copo de vinho diferente para cada prato que era servido. Foi muito divertido e dançámos depois", contou.
O diário vai agora ser vendido em leilão, no final de novembro. O preço base de licitação é de 566 euros, podendo ir até aos 849 euros.