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Crescimento de Moçambique abranda para 7,2% com cheias

A Economist Intelligence Unit (EIU) prevê que a economia de Moçambique abrande para os 7,2% este ano por causa das cheias no início do ano, depois de ter crescido 7,5% no ano passado.

Crescimento de Moçambique abranda para 7,2% com cheias
Notícias ao Minuto

14:09 - 23/04/15 por Lusa

Mundo EIU

De acordo com uma nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist estimam que o Produto Interno Bruto do país cresça 7,2% este ano, acelerando até aos 7,6% em 2017, e depois abrandando novamente por causa do abrandamento nos investimentos e das incertezas políticas relativamente às eleições legislativas de 2019.

"O setor mineiro do carvão e o investimento em novas infraestruturas de transporte serão os principais motores do crescimento, com as comunicações, indústria e serviços financeiros a terem igualmente um desempenho forte", escrevem os analistas da EIU.

Apesar das dificuldades causadas pela descida no preço do petróleo, os dois maiores investidores estrangeiros na área do gás natural - a norte-americana Anadarko e a italiana Eni - "continuam empenhadas nos seus investimentos em Moçambique e estão a fazer progressos consistentes com os seus planos para desenvolver as novas centrais de produção e exportação de gás natural liquefeito no país", escrevem os analistas.

O crescimento do setor mineiro, dizem, está sob ameaça, principalmente por causa do abrandamento da procura europeia e de uma queda mais acentuada que o previsto na economia chinesa, mas também pode ser revisto em baixa devido a "fatores internos, incluindo a volatilidade política e a infraestrutura inadequada".

Ainda assim, os peritos da EIU esperam que a construção da central de tratamento de gás natural se inicie no final do próximo ano e que a produção comece nunca antes de 2020, pelo menos dois anos depois do prazo definido pelo Executivo.

No capítulo das Relações Internacionais, os analistas consideram que o Governo vai querer libertar-se da dependência dos doadores internacionais, cujas preocupações sobre a qualidade e padrões de governação podem ter um impacto nos países que têm financiado o desenvolvimento de Moçambique.

"Por entre as crescentes preocupações dos doadores com a qualidade e os padrões da governação em Moçambique e impulsionado pelo potencial nos recursos naturais, o Governo vai querer afastar gradualmente o país da dependência destas doações internacionais", antecipam os peritos.

Assim, "a política externa vai focar-se em atrair novos países parceiros, com o objetivo de combater a estagnação dos fluxos de ajuda através do aumento das receitas do investimento nos setores da energia e das minas".

No entanto, concluem, as ligações históricas a Portugal e de proximidade à África do Sul vão manter-se fortes, mas os laços diplomáticos com Brasil, Índia, Austrália e China devem fortalecer-se nos próximos tempos, até porque as consideráveis reservas naturais deverão atrair mais investidores estrangeiros, principalmente dos maiores importadores de gás na Ásia.

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