Missão impedida de deslocar-se a vila para investigar violação coletiva
O ministro dos Negócios Estrangeiros sudanês voltou a negar no domingo acesso à missão de paz das Nações Unidas a uma vila no Darfur para investigar suspeitas de uma violação coletiva envolvendo o Exército, foi hoje revelado.
© Reuters
Mundo Darfur
Um site noticioso sudanês noticiou a 2 de novembro passado que um grupo de soldados se deslocou à aldeia de Tabit e violou 200 mulheres e meninas no dia 31 de outubro, mas o Governo negou estas acusações.
"As acusações de violação coletiva suscitaram um grande ressentimento no seio da população de Tabit e nas aldeias vizinhas, gerando cólera e um aumento das tensões na zona", disse o porta-voz do ministério, Youssef al-Kordofani, justificando a recusa de acesso à vila.
O Governo sudanês já tinha anteriormente negado entrada às forças de paz na vila a 04 de novembro, mas a missão voltou cinco dias depois, ainda que não tenha conseguido encontrar provas do crime, prometendo, na altura, voltar regressar para mais investigações.
No domingo, Youssef al-Kordofani indicou que a missão das Nações Unidas apresentou um pedido às autoridades regionais para aceder à aldeia no passado sábado e outro ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para hoje.
O Darfur é palco de um conflito entre movimentos rebeldes e o Exército sudanês desde 2003, que já causou mais de 300.000 mortos e obrigou 2,7 milhões de pessoas a abandonar as suas casas, de acordo com dados das Nações Unidas.
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