Érika Souza, a sobrinha que levou o tio, Paulo Roberto Braga, já morto, para conseguir um empréstimo num banco, passou agora a ser investigada pelo crime de homicídio por negligência.

Érika já era investigada tentativa de furto mediante fraude e profanação de cadáver. Mas, além disso, após novos depoimentos e outras diligências, as autoridades brasileiras concluíram que houve uma "gritante omissão de auxílio", noticia a TV Globo.

"Considerando que no dia 16/4/2024, certamente percebendo que Paulo estava em situação gritante de perigo de vida, o que pode ser vislumbrado pelas declarações de todas as testemunhas que tiveram contacto com a vítima, ao invés de ir novamente ao hospital ela dirigiu-se ao shopping, configurando uma gritante omissão de auxílio", referiram o agente responsável por liderar e supervisionar a investigação, Fabio Luiz Souza, num despacho a que o canal televisivo teve acesso.

O agente determinou ainda que se proceda "a novo registo de ocorrência para apurar o delito de homicídio por negligência". 

Esta terça-feira foi concluída a primeira fase do inquérito. Após a segunda fase, a Polícia Civil vai definir se indicia Érika pelos crimes.

As novas provas
 
No despacho, o agente cita novas provas para incluir o crime de homicídio. Segundo ele, dois depoimentos revelam que Érika tentou criar uma conta própria para receber o dinheiro do tio e chegou a ir até a agência sem ele para ter o dinheiro – mesmo sabendo que ele precisaria de assinar.
 
Só depois de tentar ir sozinha, em vão, Érika decidiu levar o tio à agência.

O que aconteceu?

O caso está a chocar o Brasil e a comunidade internacional, depois de um vídeo que mostra a mulher a tentar levantar o dinheiro no banco se ter tornado viral nas redes sociais. Nas imagens pode ver-se Erika, de 42 anos, a falar com uma funcionária do banco e, posteriormente, a ir à casa de banho.

A funcionária fica, então, a sustentar a cabeça do homem durante aproximadamente seis minutos.

Erika regressa com um copo de água, que tenta dar ao tio, mas este não se movimenta. De seguida, são chamados ao balcão, onde foram registadas as imagens que, desde a semana passada, estão a dar a volta ao mundo.

Sabe-se agora que, após a tentativa frustrada de o tio, já cadáver, assinar o empréstimo, Érica voltou a sentar-se junto das outras pessoas que esperavam por ser atendidas, sempre a segurar a cabeça do tio, até que os dois são levados para uma sala mais privada.

Quando o Samu (semelhante ao INEM) chegou, já não havia nada a fazer. No relatório, o médico que foi ao local, declarou que Paulo já estava morto há cerca de duas horas, ou seja, antes de entrar na agência bancária.

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