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Primeiro Zelensky e depois Putin na Hungria: Como Trump quer chegar à paz

O presidente dos EUA, Donald Trump, reúne-se, esta sexta-feira, com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e daqui a duas semanas com o chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin. Trump afirma que a dupla "tem um relacionamento terrível" e que por isso não terá reuniões conjuntas.

Primeiro Zelensky e depois Putin na Hungria: Como Trump quer chegar à paz

© REUTERS/Kevin Lamarque TPX IMAGES OF THE DAY/File Photo

Ana Teresa Banha
17/10/2025 08:08 ‧ há 3 horas por Ana Teresa Banha

Os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, respetivamente, vão reunir-se dentro de duas semanas em Budapeste, na Hungria, com "o objetivo de pôr fim à guerra 'inglória'" entre Moscovo e Kyiv. Já esta sexta-feira, o chefe de Estado norte-americano e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, juntam-se em Washington.

 

A confirmação e detalhes do encontro foram revelados por Trump, que explicou, na sua rede social, Truth Social, que o encontro tinha ficado 'fechado' depois de falar com Putin ao telefone. A conversa, de acordo com o que descreveu, foi "muito produtiva". Mais tarde, também o Kremlin reforçou que estava a ser organizada a cimeira entre os dois líderes.

Antes do encontro entre Trump e Putin na Hungria, "haverá uma reunião de conselheiros de alto nível" já na próxima semana, sendo que as reuniões iniciais dos Estados Unidos "serão lideradas pelo secretário de Estado Marco Rubio, juntamente com várias outras pessoas a serem designadas". Rubio vai encontrar-se, inclusive, com "o seu colega Sergey Lavrov", ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

Trump vai encontrar-se com Zelensky esta sexta-feira

Antes de se encontrar com Putin, o presidente dos EUA vai já esta sexta-feira encontrar-se com o chefe de Estado da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Acreditando que a conversa de ontem com Putin "já foi um grande progresso", o líder norte-americano desvendou que para hoje tem também grandes expetativas. Na Casa Branca, a dupla discutirá "a conversa com Putin e muito mais".

Trump salientou ainda que as conversas com Putin e Zelensky aconteciam em momentos separados porque "os dois não se dão muito bem". "É um relacionamento terrível aquele que os dois têm", classificou.

Ainda assim, mostrou-se confiante de que irá conseguir terminar com a guerra na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro de 2024 por uma invasão da Rússia. "Resolvemos oito guerras e faremos desta a 9.ª", afirmou.

O que diz Zelensky...

Já em Washington, Zelensky respondeu ainda ontem à conversa "longa" que foi anunciada durante a tarde de ontem, afirmando que foi a ameaça de fornecimento a Kyiv de mísseis Tomahawk pelos Estados Unidos que levou o presidente russo a apressar-se a retomar conversações de paz.

"Putin não é certamente mais corajoso do que o Hamas ou qualquer outro terrorista. A linguagem da força e da justiça funcionará inevitavelmente também contra a Rússia. Já podemos ver que Moscovo está a apressar-se para retomar o diálogo assim que soube dos Tomahawk", escreveu na rede social X (antigo Twitter).

... e (ainda) Orbán?

Ainda ontem o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, também reagiu aos planos para os encontros, nomeadamente, aquele que vai acontecer na capital húngara. Um 'aliado' de Trump e Putin, Orbán abriu as portas ao encontro entre os dois.

Na rede social X  o chefe de governo húngaro recorreu à rede social para dizer que os preparativos já estavam em marcha. "Falei ao telefone com o presidente Trump. Os preparativos para a cimeira da paz entre os EUA e a Rússia já estão a ser feitos. A Hungria é a ilha da paz", lê-se na publicação. Nas 'redes', Orbán sublinhou ainda que o encontro é uma "grande notícia para os amantes da paz em todo o mundo".

Trump tem sugerido fornecer a Kyiv mísseis Tomahawk, de longo alcance e elevada eficácia, por forma a pressionar Moscovo a negociar um fim do conflito.

Os mísseis BGM-109 Tomahawk poderiam alcançar cidades, infraestruturas militares e energéticas ainda mais no interior da Rússia do que os 'drones' ucranianos, que têm atacado com sucesso refinarias, comprometendo a atividade que financia o esforço de guerra russo. 

Na semana passada, Vladimir Putin, ameaçou que o fornecimento de mísseis Tomahawk à Ucrânia significaria uma séria escalada com Washington, garantindo que a Rússia responderia reforçando as suas defesas antimíssil.  

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.   

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.   

No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia - além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

Leia Também: Ucrânia? "Agora é o momento de pôr fim a esta guerra trágica"

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