Mais de uma década depois de assumir o compromisso de desmantelar organizações terroristas, a Indonésia está a negligenciar as prisões, permitindo que reclusos com mais destaque promovam as suas ideias mesmo estando atrás das grandes, ganhando visibilidade através de telemóveis e computadores.
Cerca de 200 militantes condenados vão ser libertados nos próximos dois anos, com especialistas a alertar para os resultados de uma 'desradicalização' inadequada: muitos vão sair da prisão com a sua ideologia intacta.
"As prisões ainda são o epicentro do terrorismo na Indonésia. Os militantes mais perigosos estão atrás das grades, mas o recrutamento continua", explica Taufik Andrie, especialista em terrorismo do Instituto para o Desenvolvimento da Paz Internacional, em Jacarta.
As autoridades locais acreditam que cerca de 60 indonésios se juntaram ao Estado Islâmico, apesar de a maioria dos analistas defender que o número real deve chegar aos 200, gerando-se receio de que possam regressar e estabelecer redes mais sofisticadas de militantes.
A Indonésia lançou uma forte repressão sobre os extremistas depois das explosões de 2002 em Bali, que mataram 202 pessoas, a maioria estrangeiros.