Hamas relata "conversações diretas" sobre Gaza com EUA em Doha

Representantes do grupo islamita palestiniano Hamas e dos Estados Unidos mantiveram conversações diretas em Doha, anunciaram hoje dois responsáveis do movimento, tendo um deles referido progressos no sentido de um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

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© Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images

Lusa
11/05/2025 19:27 ‧ ontem por Lusa

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Médio Oriente

"Realizaram-se em Doha conversações diretas entre a direção do Hamas e os Estados Unidos sobre um cessar-fogo, uma troca de prisioneiros (reféns israelitas por prisioneiros palestinianos) e a entrada de ajuda humanitária em Gaza", disse um dos responsáveis citados pela agência de notícias francesa AFP, assegurando que as "conversações ainda estão em curso".

 

Um segundo responsável do Hamas afirmou que "se registaram progressos (...), nomeadamente no que se refere à entrada de ajuda na Faixa de Gaza, às negociações em curso sobre a troca de prisioneiros, em particular quanto a Edan Alexander (refém israelo-norte-americano), bem como ao cessar-fogo na Faixa de Gaza".

Rompendo uma trégua de dois meses, Israel retomou a 18 de março a sua ofensiva na Faixa de Gaza com o objetivo declarado de obrigar o Hamas a libertar os reféns ainda aí mantidos em cativeiro desde o ataque sem precedentes perpetrado no seu território pelo movimento palestiniano a 07 de outubro de 2023.

Um cessar-fogo entre 19 de janeiro e 17 de março permitiu a saída de 33 reféns israelitas de Gaza -- oito dos quais mortos - em troca da libertação de cerca de 1.800 palestinianos encarcerados por Israel nas suas prisões.

As negociações para pôr fim aos combates, mediadas pelo Egito, o Qatar e os Estados Unidos, foram até agora infrutíferas.

"As próximas horas são cruciais", sublinhou o primeiro responsável citado pela AFP.

Exigindo "um acordo global" para pôr termo à guerra, o Hamas rejeitou a 18 de abril uma proposta israelita de trégua de pelo menos 45 dias, que previa a troca de reféns israelitas pela libertação de prisioneiros palestinianos detidos por Israel e a autorização de entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Israel, por seu lado, exige a devolução de todos os reféns e a desmilitarização da Faixa de Gaza.

Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque em que matou cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrou 251.

A guerra naquele território palestiniano fez, até agora, mais de 52.800 mortos, na maioria civis, incluindo mais de 18.000 crianças, e mais de 119.300 feridos, além de cerca de 11.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

A situação da população daquele enclave devastado pelos bombardeamentos e ofensivas terrestres israelitas está ainda a agravar-se pelo facto de desde 02 de março Israel impedir a entrada em Gaza de alimentos, água, ajuda humanitária e medicamentos.

Há muito que a ONU declarou a Faixa de Gaza como estando mergulhada numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica", a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

E, no final de 2024, uma comissão especial da ONU acusou Israel de genocídio naquele território palestiniano e de estar a utilizar a fome como arma de guerra - acusação logo refutada pelo Governo israelita, mas sem apresentar quaisquer argumentos.

[Notícia atualizada às 19h42]

Leia Também: Milhares de israelitas nas ruas a pedir acordo que liberte reféns

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