Diretor da ICE admite presença em escolas por "razões de segurança"

O Diretor Interino da Agência de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, Todd Lyons afirmou que vão ser enviados agentes às escolas, se a última localização conhecida de menores imigrantes for o estabelecimento de ensino. "Se tivermos a oportunidade de reunir essa criança com os pais, é isso que queremos fazer".

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© Kevin Carter/Getty Images

Carolina Pereira Soares
23/08/2025 09:07 ‧ há 3 horas por Carolina Pereira Soares

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O Diretor Interino da Agência de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (conhecida por ICE, em inglês), Todd Lyons afirmou que a agência pode ter que visitar as escolas do país "por razões de segurança".

 

Em entrevista à NBC News, esta quinta-feira, Lyons deixou a ressalva de que "no primeiro dia [de aulas] não nos vão ver", mas que a partir daí pode haver a necessidade de agentes da ICE fazerem visitas às escolas norte-americanas. Nomeadamente, em casos em que estudantes sejam identificados como menores não acompanhados que atravessaram a fronteira no sul dos Estados Unidos.

"Queremos usar os nossos agentes especiais e os nossos oficiais para localizar estas pessoas", explicou. "E se [houver] algumas que ainda não localizámos, e o último endereço conhecido for uma escola, queremos garantir que a criança está segura", acrescentou.

"Se tivermos a oportunidade de reunir essa criança com os pais, é isso que queremos fazer", garantiu Lyons.

Para além de situações como estas, o diretor interino da ICE admitiu ainda que os agentes podem ter que marcar presença nas escolas em "circunstâncias exigentes", como, por exemplo, em casos de violência.

"Se for uma circunstância exigente, se estiver a acontecer uma situação de violência, então, sim, vamos responder a esses casos", disse.

Jovem de 15 anos com deficiências foi algemado sob ameaça de arma

Nos últimos tempos, professores no estado da California têm vindo a levantar cada vez mais questões sobre a atuação da ICE perto das escolas.

Só na semana passada, houve o relato de um jovem de 15 anos com deficiências pronunciadas, que foi algemado pela ICE, sob ameaça de arma, à porta de uma escola.

Andreina Meija, a mãe do jovem em causa, Baldemar, contou em entrevista que estava estacionada à porta de uma escola secundária, onde ia matricular a filha, quando, de repente, uma carrinha estacionou por trás da sua viatura e um grupo de homens armados os rodeou.

"Um deles aproximou-se de mim, outro aproximou-se do Baldemar, e apontaram-nos uma arma e um taser", relatou. "Eles arrancaram-no do carro e algemaram-no logo".

O assunto ficou resolvido no local: Baldemar não era a pessoa que os agentes procuravam.

Agentes disseram que era "uma história engraçada" para o jovem contar

Quando, finalmente, perceberam o erro, tiraram as algemas do jovem de 15 anos, sem pedir desculpa pela situação.

"Um agente virou-se e disse: ‘Oh, nós confundimo-lo com outra pessoa, mas vejam o lado positivo, ele vai ter uma história engraçada para contar aos amigos quando voltar à escola", contou a mãe de Baldemar.

O jovem foi confundido com um cidadão de El Salvador, com antecedentes criminais e é suspeito de ter ligações a um gangue.

Devido, também a casos como estes, um estudo da Universidade de Stanford elaborado em junho, mostrou que durante a última primavera, no auge da atividade da ICE, as ausências de alunos no interior da Califórnia (onde muitos imigrantes que trabalham na agricultura se instalam) aumentaram 22%.

Leia Também: Rusgas nas quintas da Califórnia afetam colheitas e encarecem produção

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