Supremo brasileiro? "Nenhum tribunal estrangeiro pode anular as sanções"

O Governo dos Estados Unidos frisou hoje que "nenhum tribunal estrangeiro pode anular as sanções" e deixou ameaças a qualquer pessoa que ofereça apoio ao juiz brasileiro Alexandre de Moraes, alvo de sanções norte-americanas.

eua, bandeira eua, estados unidos

© Getty Images

Lusa
18/08/2025 23:43 ‧ há 4 dias por Lusa

Mundo

EUA

"Alexandre de Moraes é tóxico para todas as empresas legítimas e indivíduos que buscam acesso aos Estados Unidos e seus mercados. Nenhum tribunal estrangeiro pode anular as sanções impostas pelos EUA ou proteger alguém das severas consequências de as não cumprir", frisou nas redes sociais o Gabinete dos Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos.

 

Na mesma nota, partilhada também pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, as autoridades norte-americanas garantiram que "cidadãos americanos estão proibidos de manter qualquer relação comercial" com o juiz Alexandre de Moraes.

"Já cidadãos de outros países devem agir com cautela: quem oferecer apoio material a violadores de direitos humanos também pode ser alvo de sanções", ameaçou o Governo norte-americano.

Esta declaração surge numa altura em que os dois países vivem uma crise diplomática sem precedentes e horas depois do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil ter decidido que leis ou decisões judiciais de países estrangeiros não têm efeito no Brasil.

Na decisão, o juiz Flávio Dino considerou que "diferentes tipos de protecionismos e de neocolonialismos são utilizados contra os povos mais frágeis, sem diálogos bilaterais adequados ou submissão a instâncias supranacionais", e que o Brasil tem sido alvo de "diversas sanções e ameaças".

Sem mencionar os Estados Unidos e as ordens executivas do seu Presidente, Donald Trump, Flávio Dino considerou que "leis estrangeiras, atos administrativos, ordens executivas e diplomas similares não produzem efeitos" e que tais decisões têm de passar por validação na Justiça brasileira.

No final de julho, os Estados Unidos aplicaram a Lei Magnitsky contra o juiz Alexandre de Moraes, relator do processo contra o ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

A Lei Magnitsky autoriza o Governo norte-americano a sancionar cidadãos estrangeiros envolvidos em atos de corrupção ou violações dos direitos humanos.

Dessa forma, Flávio Dino considerou hoje que, "tendo em vista os riscos e possibilidades de operações, transações e imposições indevidas envolvendo" o sistema financeiro brasileiro, "transações, operações, cancelamentos de contratos, bloqueios de ativos, transferências para o exterior (ou oriundas do exterior) por determinação de Estado estrangeiro, em desacordo aos postulados dessa decisão, dependem de expressa autorização desta Corte".

O filho de Jair Bolsonaro e deputado federal Eduardo Bolsonaro já reagiu a esta decisão, considerando que  "a tentativa do Dino de impedir a aplicação da Lei Magnitsky, por uma canetada do STF, é materialização da crise instrucional que o Brasil vive"

"As elites financeiras estão dispostas a afundarem junto com a trupe de aloprados [amalucados] ou irão sentar com os adultos de verdade e resolver o problema que afeta todos?", questionou.

Leia Também: Supremo brasileiro impede que leis estrangeiras possam ser aplicadas no Brasil

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas