"Um Estado palestiniano no coração de Israel seria, sem dúvida, uma solução (...) para aqueles que procuram eliminar-nos. Não permitiremos que isso aconteça", afirmou Gideon Saar, em declarações à imprensa internacional, insistindo que seria "uma medida suicida".
O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) israelita também atacou os países que apoiam a criação de um Estado palestiniano e que anunciaram que o reconhecerão formalmente durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, em setembro.
"Se países grandes como a França e o Canadá querem estabelecer um Estado palestiniano no seu território, podem fazê-lo; têm espaço suficiente. Mas aqui, na terra de Israel, isso não vai acontecer", sentenciou.
Saar, que se referiu aos limites estabelecidos em 1967 após a Guerra dos Seis Dias, quando Israel ocupou a Cisjordânia, afirmou que "estabelecer um Estado palestiniano dentro das fronteiras de 67, com capital em Jerusalém Oriental (...) colocaria em grave perigo os centros populacionais de Israel e empurraria Israel para fronteiras que não podem ser defendidas".
Portugal também já iniciou o processo com vista ao reconhecimento da Palestina na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas contra território israelita em 07 de outubro de 2023, que desencadeou a ofensiva israelita na Faixa de Gaza, Israel intensificou as suas operações militares na Cisjordânia, além de expandir os colonatos.
Em 19 de julho de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) determinou que Israel deve revogar todas as leis que favorecem a ocupação da Cisjordânia, classificando-a como ilegal.
No entanto, nesse mesmo mês, o parlamento israelita aprovou uma moção simbólica --- sem efeitos legais --- a favor da anexação do território, considerado ilegalmente ocupado pelo direito internacional.
As declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros israelita coincidem com a aprovação, por parte do Exército israelita, do plano para a próxima fase da ofensiva no enclave palestiniano, que inclui a ocupação da cidade de Gaza, onde residem cerca de um milhão de pessoas, segundo a imprensa árabe.
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