"Esperamos que nas próximas semanas a guerra cesse e comecemos a trabalhar para reconstruir Gaza, em cooperação com os nossos irmãos no Egito e em muitos países do mundo", frisou Mustafá, no dia em que o Governo israelita se reúne para decidir o futuro da sua ofensiva em Gaza e perante ameaças de tomar o controlo de toda a Faixa de Gaza.
Mustafa falava durante a sua visita ao Conselho das Igrejas em Ramallah, na Cisjordânia, segundo um comunicado.
"Gaza será reconstruída e a Palestina ergue-se. A perspetiva pode parecer sombria, mas a fé em Deus é grande e a nossa esperança no nosso povo é grande", acrescentou.
O líder palestiniano explicou que Israel está a utilizar "todos os meios ao seu dispor" para impedir o estabelecimento de um Estado palestiniano independente.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que Israel "não anexará a Faixa de Gaza" e que uma agência governamental, sobre a qual não forneceu mais detalhes, controlará temporariamente o enclave palestiniano.
No final, a Faixa de Gaza deverá ser entregue ao que designou como "forças árabes", indicou Netanyahu.
"Queremos entregar o poder às forças árabes, que governarão adequadamente [o enclave] sem nos ameaçar e oferecerão uma vida digna ao povo de Gaza. Isto não é possível com o [grupo islamita palestiniano] Hamas", acrescentou.
Benjamin Netanyahu reiterou, numa entrevista, que os principais objetivos da ofensiva na Faixa de Gaza continuam a ser "a destruição completa do Hamas e o regresso de todos os reféns".
As milícias palestinianas mantêm 50 reféns, dos quais apenas cerca de 20 ainda estão vivos, segundo as autoridades israelitas.
Atualmente, Israel reivindica o controlo de cerca de três quartos do território.
A ONU alertou na quarta-feira que, se Israel implementar este plano, haverá "consequências catastróficas" para a população da Faixa de Gaza, onde quase 200 pessoas morreram de fome ou subnutrição nas últimas semanas, de acordo com o Ministério da Saúde do executivo local, controlado pelo Hamas.
Israel impôs um bloqueio ao território e impediu as organizações internacionais de distribuírem ajuda à população, que tem sido feita exclusivamente desde maio pela Fundação Humanitária de Gaza, criada com apoio das autoridades de Telavive e Washington.
O conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde perto de 1.200 pessoas morreram e cerca de 250 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar no território, que já provocou mais de 61 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do enclave e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.
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