"Sendo o principal exportador de Taiwan e tendo fábricas nos Estados Unidos, a TSMC está isenta", disse Liu Chin-ching, diretor do Conselho Nacional de Desenvolvimento, durante uma reunião no Parlamento.
No entanto, Liu precisou que outros fabricantes de 'chips' taiwaneses "serão afetados" pelas tarifas.
"Continuaremos a observar a situação e a propor medidas de ajuda a curto e médio prazo", explicou.
Trump anunciou na quarta-feira que tenciona impor taxas alfandegárias de 100% sobre semicondutores, sem especificar, por enquanto, a data de entrada em vigor desta nova taxa.
"Vamos aplicar tarifas significativas sobre 'chips' e semicondutores", afirmou Trump na Casa Branca, "em torno de 100%. Mas isso é uma boa notícia para as empresas que os fabricam nos Estados Unidos", acrescentou.
As ações da TSMC, principal fabricante mundial de 'chips' avançados, atingiram hoje um novo máximo na Bolsa de Taipé, num movimento estimulado pela convicção de que a gigante escapará à imposição de tarifas devido aos investimentos anunciados nos Estados Unidos.
Os títulos da TSMC alcançaram subidas de 4,89%, atingindo 1.180 dólares taiwaneses (33,9 euros) às 11:30, hora local (03:30 TMG), impulsionando assim o índice de referência da Bolsa de Taipé, o Taiex, que registava um avanço de 2,32%, ou 543,68 pontos, à mesma hora.
Há vários meses que Donald Trump, que acusa Taiwan de sabotar a indústria norte-americana de semicondutores, vinha fazendo essa ameaça.
Para se proteger como maior fabricante de 'chips' do mundo, a TSMC anunciou em março que investiria a colossal quantia de 100 mil milhões de dólares (85 mil milhões de euros) nos Estados Unidos para construir fábricas no país.
A TSMC produz 'chips' utilizados em todas as áreas tecnológicas, desde os iPhones da Apple até equipamentos de inteligência artificial de ponta da Nvidia.
A concentração da fabricação de 'chips' em Taiwan foi definida por muito tempo sob o conceito de "escudo de silício", protegendo-a de uma invasão ou bloqueio da China e incentivando os Estados Unidos a defendê-la contra Pequim.
Mas este investimento maciço da TSMC pode prejudicar a economia taiwanesa e enfraquecer este "escudo".
Taiwan continua a ser afetada por sobretaxas temporárias de 20% sobre os seus produtos, com exceção dos semicondutores, enquanto se aguarda a assinatura de um acordo entre Taipé e Washington.
O arquipélago, que Pequim reivindica como parte do seu território, também se comprometeu a aumentar a compra de energia aos Estados Unidos e a elevar as suas despesas militares para mais de 3% do PIB, a fim de evitar novas taxas.
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