Recuperação da Ucrânia debatida em Roma mas sem fim da guerra à vista

Roma acolhe a partir de hoje a IV Conferência sobre a Recuperação da Ucrânia, uma reunião de alto nível dedicada à reconstrução a longo prazo do país, quando o fim da guerra parece distante e intensificam-se os ataques russos.

bandeira ucraniana

© Getty Images

Lusa
10/07/2025 05:35 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Entre os líderes políticos presentes nesta conferência de dois dias (hoje e sexta-feira), coorganizada por Itália e Ucrânia, estão, além da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e Donald Tusk, primeiro-ministro da Polónia, que acolherá a quinta edição da Conferência, em 2026.

 

Os Estados Unidos, cujo apoio a Kiev deu sinais de algum arrefecimento desde a mudança de administração em janeiro passado, na sequência do regresso de Donald Trump à Casa Branca, estarão representados na conferência pelo enviado especial para a Ucrânia, Keith Kellogg.

Portugal faz-se representar pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos.

O primeiro dia do encontro na capital italiana coincide com outra reunião internacional dedicada à Ucrânia que irá decorrer a partir do Reino Unido, razão pela qual o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, estarão ausentes.

Starmer e Macron vão hoje copresidir, a partir da base aérea de Northwood, perto de Londres, a uma reunião da chamada "Coligação dos dispostos", um grupo de países aliados de Kiev empenhados em ajudar a manter a capacidade de combate da Ucrânia e disponíveis para participar numa força de manutenção de paz num contexto de um eventual cessar-fogo que funcione como "garantia de segurança" para impedir futuras ofensivas russas.

Meloni, Merz e o próprio Zelensky participarão, desde Roma, por videoconferência, na reunião da "Coligação dos dispostos", também aberta a outras capitais que queiram participar.

Já em Itália desde quarta-feira, Zelensky foi recebido pelo Papa Leão XIV, tendo-lhe pedido que o Vaticano impulsione uma reunião de alto nível que ponha fim à guerra.

No entanto, e perante a recente intensificação dos ataques russos, Zelensky deverá aproveitar a presença de vários líderes europeus na Conferência de Roma para apelar a um reforço das capacidades de defesa de Kiev, assim como assinar acordos para assegurar o aprovisionamento de energia no território ucraniano, setor particularmente visado por Moscovo.

Esta será a quarta conferência anual consagrada à recuperação e reconstrução da Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Nos últimos três anos, foram realizadas edições em Lugano (Suíça), meses após o início da agressão, em Londres (2023) e em Berlim (2024).

São esperados na capital italiana mais de 3.500 participantes, incluindo cerca de 100 delegações oficiais e 40 organizações internacionais, e ainda centenas de representantes de instituições financeiras, empresas, autoridades regionais, municipais, sociedade civil e diáspora ucraniana, que deverão reiterar o compromisso comum de reforçar a resiliência da Ucrânia durante o tempo que for necessário.

O objetivo principal do evento é sensibilizar e mobilizar o apoio e os investimentos internacionais contínuos para a recuperação do país, que já entrou no quarto ano de guerra, e para a reconstrução, a reforma e a modernização da Ucrânia num cenário pós-guerra.

Ao longo dos dois dias de trabalhos, os debates vão centrar-se em quatro áreas temáticas: dimensão empresarial, dimensão humana, dimensão local e regional e dimensão da União Europeia (UE).

Esta conferência ocorre num contexto em que a Rússia intensificou os ataques ao território ucraniano e descarta um acordo de paz num futuro próximo, tal como reconheceu Donald Trump, que, após uma nova conversa telefónica com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, anunciou no início desta semana que será retomado o fornecimento de armas a Kiev, dado a Ucrânia precisar de se defender dos ataques incessantes da Rússia.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país. Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Leia Também: Forças russas lançaram 48 ataques aéreos contra território ucraniano

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