Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano considerou que a confirmação, por parte da Casa Branca (presidência norte-americana), de que Washington suspenderia o envio de algumas armas essenciais, com o objetivo de priorizar os interesses de segurança dos Estados Unidos, permitirá à Rússia "prosseguir com a guerra e o terrorismo".
A suspensão, determinada pelo Departamento de Defesa norte-americano, afetará mísseis e projéteis de defesa antiaérea.
A diplomacia ucraniana confirmou a convocação de Ginkel sem aludir diretamente a esta última decisão, embora tenha salientado que a reunião, que por parte de Kyiv foi liderada pela vice-ministra dos Negócios Estrangeiros, Mariana Betsa, foi focada basicamente na cooperação militar.
Betsa expressou o agradecimento pela ajuda prestada pelos Estados Unidos nos últimos anos, mas sublinhou a importância de manter as entregas já atribuídas, com especial referência ao reforço da defesa aérea.
Neste sentido, a vice-ministra ucraniana lembrou que a Rússia tem intensificado os ataques em solo ucraniano.
Por seu lado, o Ministério da Defesa ucraniano esclareceu que tomou conhecimento da decisão de Washington através dos meios de comunicação social, uma vez que não recebeu "nenhuma notificação oficial" sobre possíveis suspensões ou atrasos nos prazos de entrega dos pacotes militares já acordados.
Com vista a "esclarecer as circunstâncias", o Ministério da Defesa ucraniano solicitou um contacto com o Pentágono (Departamento da Defesa norte-americano). A mesma fonte salientou ser "fundamental" que o fornecimento se mantenha estável e continue a ser "previsível", em linha com a mensagem do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Kyiv considera "crucial" continuar a pressionar Moscovo para reforçar as capacidades defensivas da Ucrânia, embora Donald Trump já tivesse sugerido, desde que regressou à Casa Branca em janeiro passado, que poderia rever os níveis de ajuda.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
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