Sheinbaum afirmou, durante a sua conferência de imprensa diária, que a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, não apresentou qualquer prova que comprovasse que as instituições realizaram branqueamento de capitais, apesar dos repetidos pedidos.
"O Departamento do Tesouro não forneceu uma única prova que demonstre a ocorrência de qualquer branqueamento de capitais", disse ela.
"Não vamos encobrir ninguém, não há aqui impunidade. É preciso que sejam capazes de demonstrar que houve de facto branqueamento de capitais, não com palavras, mas com provas contundentes", sublinhou.
O Departamento do Tesouro norte-americano anunciou as sanções contra os dois bancos - CIBanco e o Intercam Banco - e ainda à corretora Vector Casa de Bolsa, alegando que tinham feito transferências de milhões de dólares de cartéis de droga mexicanos.
Posteriormente, a Comissão Nacional de Bancos e Valores Mobiliários do México anunciou assumir temporariamente a gestão dos dois bancos, para proteger os credores.
Os bancos acusados também rejeitaram as alegações, apontando a falta de provas, tal como a corretora Vector.
O Departamento do Tesouro afirmou que a ordem entrará em vigor dentro de 21 dias.
Sheinbaum disse que o governo foi notificado pelas autoridades norte-americanas sobre as acusações antes do anúncio público e que os reguladores financeiros mexicanos realizaram as suas próprias investigações sobre as instituições.
Encontraram "infrações administrativas", sublinhou, mas nada próximo das acusações feitas pelas autoridades do Tesouro.
Nas ordens de bloqueio de transações entre as três instituições e bancos norte-americanos, a administração Trump alegou que as três empresas movimentaram milhões de dólares entre o México empresas chinesas, alegadamente utilizadas para comprar produtos químicos para produzir fentanil, potente droga sintética que é traficada para os Estados Unidos.
Sheinbaum respondeu que a sua própria investigação mostrava simplesmente que as instituições tinham fortes relações com clientes e bancos chineses.
A China tem sido a principal fonte de precursores químicos para a produção de fentanil no México, segundo as autoridades norte-americanas.
Os EUA têm procurado cada vez mais bloquear a crescente influência e investimento chinês na América Latina.
Leia Também: México admite processar SpaceX por poluição de lançamentos de foguetões