Citada pela agência Bloomberg, a fonte - que não quis ser identificada por a informação não ser ainda pública - disse que a China já comunicou oficialmente a decisão ao Brasil. O país asiático vai ser representado pelo primeiro-ministro, Li Qiang.
Li substituiu anteriormente Xi Jinping na cimeira do G20, na Índia, em 2023.
O jornal de Hong Kong South China Morning Post indicou que o motivo da ausência se prende com um conflito de agenda. Fontes chinesas citadas pelo jornal referiram ainda que o facto de Xi e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, terem mantido encontros frequentes no último ano pesou também na decisão.
Os dois líderes reuniram-se durante a cimeira do G20 no Brasil, em novembro passado, antes de uma visita de Estado de Xi a Brasília. Poucos meses depois, Lula deslocou-se a Pequim para uma reunião com países da América Latina e Caraíbas. Xi raramente visita o mesmo país dois anos consecutivos, com exceção da Rússia.
A ausência de Xi poderá fragilizar os esforços de Pequim para reforçar a influência global da China através do grupo BRICS e construir uma alternativa à ordem internacional liderada pelos Estados Unidos. A cimeira poderia ainda proporcionar ao líder chinês um primeiro encontro com responsáveis do Irão desde o início da guerra com Israel, após Teerão ter aderido ao bloco em 2024.
Sob a liderança chinesa, o grupo BRICS duplicou de tamanho no ano passado, passando a integrar nove membros com a entrada dos Emirados Árabes Unidos, Irão Egito e Etiópia, que se juntaram ao Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Lula é considerado um dos parceiros mais próximos de Xi no plano internacional, a par do presidente russo, Vladimir Putin.
Em aberto está a possibilidade de Xi Jinping participar na conferência do clima das Nações Unidas, que se realizará no Brasil no final deste ano, embora Pequim ainda não tenha confirmado a deslocação.
Leia Também: BRICS apelam ao "fim do ciclo de violência" no Médio Oriente