Numa declaração conjunta emitida pelo Brasil, que preside atualmente o grupo, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Indonésia, Irão e Emirados Árabes Unidos) denunciaram os ataques contra instalações nucleares e apelaram ao estabelecimento no Médio Oriente de "uma zona livre de armas nucleares e outras armas de destruição maciça".
Os dez países manifestaram também a sua "grande preocupação com qualquer ataque a instalações nucleares pacíficas realizado em violação do direito internacional e das resoluções pertinentes da Agência Internacional da Energia Atómica" (AIEA).
"As salvaguardas nucleares, a segurança e a proteção devem ser sempre mantidas, incluindo em caso de conflito armado, a fim de proteger as populações e o ambiente", acrescentaram, afirmando "a necessidade de criar uma zona livre de armas nucleares e de outras armas de destruição maciça no Médio Oriente".
Esta declaração é emitida no mesmo dia em que soube que o Zimbabué está a negociar com o Brasil a entrada no grupo de economias emergentes, de acordo com a agência de notícias EFE.
Donald Trump anunciou hoje de madrugada que Israel e o Irão tinham acordado um cessar-fogo, informação que ambos os países confirmaram, embora pouco depois Telavive e Teerão se tenham acusado mutuamente do lançamento de mísseis.
A região tem vivido uma escalada de violência desde 13 de junho, quando Israel iniciou uma ofensiva contra instalações militares e do programa nuclear iraniano, numa série de ataques que foram retaliados por Irão.
A tensão aumentou quando os Estados Unidos se juntaram aos ataques contra o território iraniano no fim de semana, bombardeando três instalações nucleares no Irão, uma agressão à qual o país persa respondeu atacando na segunda-feira a base norte-americana de Al-Udeid, no Qatar, a maior que Washington mantém no Médio Oriente.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, proclamou hoje à noite uma "vitória histórica" contra o Irão e o seu programa nuclear.
"Destruímos o projeto nuclear iraniano. E se alguém no Irão tentar reconstruí-lo, agiremos com a mesma determinação, com a mesma intensidade, para frustrar qualquer tentativa", prometeu o primeiro-ministro israelita.
O Irão também declarou vitória e reafirmou os seus "direitos legítimos" de prosseguir o seu programa atómico civil, afirmando estar pronto para retomar as negociações com Washington.
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