Numa mensagem divulgada nas redes sociais, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que hoje é "dia muito difícil" devido à morte de sete soldados israelitas na Faixa de Gaza, onde Israel trava uma guerra contra o movimento islamita Hamas há mais de 20 meses.
"Este é um dia muito difícil para o povo israelita", escreveu, acrescentando que os "heroicos combatentes caíram na luta para derrotar o Hamas e libertar os nossos reféns no sul da Faixa de Gaza".
Os sete soldados israelitas foram mortos na terça-feira, na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, quando o seu carro blindado foi atingido por um explosivo, informou uma autoridade militar israelita.
O anúncio surge um dia depois de testemunhas e hospitais em Gaza terem afirmado que as forças israelitas abriram fogo contra centenas de palestinianos que aguardavam ajuda humanitária no sul e no centro de Gaza na manhã de terça-feira, matando pelo menos 44 pessoas.
Segundo o porta-voz da organização Defesa Civil da Faixa de Gaza, Mahmoud Baçal, pelo menos seis pessoas foram mortas e 30 ficaram feridas "em consequência de disparos israelitas contra milhares de civis que aguardavam ajuda alimentar" perto do corredor de Netzarim, no centro de Gaza.
Multidões de palestinianos reúnem-se todas as noites nesta zona para aguardar a abertura dos postos de distribuição de ajuda, onde esperam receber alimentos, mas, segundo as organizações estas distribuições estão a resultar em cenas caóticas.
O porta-voz da Defesa Civil de Gaza adiantou ainda que outras 14 pessoas morreram, incluindo uma jovem, em ataques aéreos israelitas contra casas de toda a Faixa de Gaza.
Entretanto, um responsável do grupo islamita palestiniano Hamas, citado pela agência de notícias francesa AFP, garantiu que as discussões sobre um cessar-fogo com Israel nunca pararam e até se intensificaram nas últimas horas.
A guerra em Gaza entre Israel e o Hamas dura há mais de 20 meses, desde que o Hamas atacou, em outubro de 2023, o território israelita, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns.
Em retaliação, Israel prometeu destruir o Hamas e atacou violentamente a Faixa de Gaza, tendo também bloqueado a entrada de bens essenciais na região.
No final de maio, Telavive aliviou parcialmente um bloqueio total imposto no início de março - que levou a uma grave escassez de alimentos, medicamentos e outros bens essenciais -, mas apenas permite que seja dada ajuda pela Fundação Humanitária de Gaza, uma organização com financiamento obscuro apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, e que é acusada de não ser imparcial
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos classificou na terça-feira o uso de alimentos como arma em Gaza como um "crime de guerra", instando o exército israelita a "parar de disparar sobre pessoas que tentam obtê-los".
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