Trump compara ataque no Irão a Hiroshima e Nagasaki: "A mesma coisa"

O chefe de Estado norte-americano assumiu que os dados que se seguiram aos ataques às infraestruturas nucleares iranianas foram inconclusivos, ainda que tenha dado conta de que os "danos podem ter sido graves".

presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

© Getty Images

Daniela Filipe
25/06/2025 11:26 ‧ há 4 horas por Daniela Filipe

Mundo

Médio Oriente

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comparou, esta quarta-feira, os ataques levados a cabo contra as instalações nucleares do Irão com as bombas atómicas que foram lançadas sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial, tendo considerado que "foi essencialmente a mesma coisa".

 

"Não quero usar o exemplo de Hiroshima, não quero usar o exemplo de Nagasaki, mas foi essencialmente a mesma coisa - acabou com uma guerra", disse, à margem da cimeira da NATO, em Haia, referindo-se, de forma simplista, à rendição do Japão, em 1945, que pôs ponto final à Segunda Guerra Mundial.

E sustentou: "Isto acabou a guerra. Se não tivéssemos destruído [as instalações nucleares], estariam a lutar agora mesmo."

O responsável assumiu, contudo, que os dados que se seguiram aos ataques às infraestruturas nucleares iranianas foram inconclusivos, ainda que tenha dado conta de que os "danos podem ter sido graves".

"Os serviços secretos foram muito inconclusivos. Os serviços secretos dizem que não sabemos. Os danos podem ter sido muito graves. É isso que os serviços secretos sugerem", disse.

"Foi muito grave. Houve destruição", complementou.

Trump alertou também que "a última coisa que [o Irão] quer fazer é enriquecer alguma coisa neste momento [referindo-se a urânio]", ao mesmo tempo que garantiu que os Estados Unidos não vão "deixar que isso aconteça".

"Acredito que foi uma obliteração total, acredito que eles não tiveram hipótese de fazer nada, porque agimos rapidamente. É difícil remover esse tipo de material - muito difícil e muito perigoso", disse.

Confessou, ainda assim, sentir-se "muito orgulhoso" de Israel e do Irão, tendo em conta o acordo de cessar-fogo alcançado, que está "a correr muito bem".

Por seu turno, o secretário de Estado da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, disse que o FBI está a investigar a divulgação da informação preliminar e reforçou que os danos nas infraestruturas nucleares do Irão eram "moderados a graves".

Saliente-se que Trump recorreu à sua rede social, a Truth Social, para acusar a CNN e o The New York Times de tentarem desvirtuar o bombardeamento das instalações nucleares iranianas, ao noticiarem que um relatório preliminar dos serviços secretos norte-americanos revelou que o programa nuclear iraniano apenas sofreu um atraso de alguns meses e que só uma parte do material nuclear foi destruída.

"Notícias falsas da CNN, juntamente com o falhado The New York Times, uniram-se para tentar desvalorizar um dos ataques militares mais bem sucedidos da história - as instalações nucleares do Irão foram completamente destruídas", reforçou.

Recorde-se também que o cessar-fogo entre Israel e o Irão teve um início instável, na terça-feira, com ataques mútuos. Aliás, o chefe de Estado norte-americano mostrou-se particularmente irritado com Telavive, que "saiu a largar bombas" logo após as negociações.

"Basicamente, temos dois países que lutam há tanto tempo e com tanta intensidade, que não sabem que raio o que estão a fazer", disse aos jornalistas, à saída da Casa Branca.

Entretanto, Israel anunciou a suspensão dos seus ataques contra o Irão, após uma conversa entre Netanyahu e Trump.

O cessar-fogo aparenta estar a ser respeitado desde então, tendo ambos os lados assegurado que assim continuará, desde que a outra parte o faça.

Leia Também: "A última coisa que iranianos querem fazer agora é enriquecer urânio"

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