Hotel Roosevelt termina missão de abrigo para imigrantes em Nova Iorque

O Hotel Roosevelt, em Nova Iorque, que desde 2023 funciona como centro de processamento de imigrantes recém-chegados e como abrigo para famílias com crianças, encerrou hoje, segundo a Câmara Municipal da cidade.

Estados Unidos, EUA, Nova Iorque,

© DANIEL PERRON/Hans Lucas/AFP via Getty Images

Lusa
24/06/2025 22:56 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Hotel Roosevelt

"Hoje é o dia oficial de encerramento, já retirámos tudo, mas desde a semana passada que já não havia lá pessoas", disse à EFE Liz García, do gabinete de imprensa do presidente da Câmara de Nova Iorque.

 

Nova Iorque recebeu desde 2022 um fluxo extraordinário de imigrantes, os primeiros enviados do Texas pelo seu governador republicano Gregg Abbott, aos quais se juntaram outros que viajaram a partir da fronteira, após o culminar do Título 42, que tinha sido posto em prática durante os primeiros quatro anos do mandato do Presidente Donald Trump.

Essa lei restringiu o acesso aos Estados Unidos sob o pretexto da covid e obrigou milhares de migrantes a permanecerem no México.

Em julho de 2023, o Título 42 expirou e, nos meses que o antecederam, a chegada de migrantes foi maciça - em maio de 2023, havia 4.000 por semana -, o que superlotou os abrigos públicos e obrigou a cidade a alugar hotéis, abrir abrigos em tendas e realojar os migrantes noutros locais.

Entre os hotéis, utilizados sobretudo para famílias com crianças, era contratado o Roosevelt, inaugurado em 1924 e batizado com o nome do Presidente Theodore Roosevelt, a poucos passos da Quinta Avenida.

Este famoso hotel, conhecido como a "Grande Dama da Madison Avenue", onde foram filmados filmes e séries de televisão e que não reabria as suas portas ao público desde a covid, foi convertido num centro de processamento criado pela cidade para que os recém-chegados se inscrevessem para obter um lugar para dormir e 155.000 pessoas foram atendidas até ao seu encerramento.

O presidente da Câmara, Eric Adams, anunciou em fevereiro que, devido ao abrandamento do fluxo migratório, iria encerrar vários centros de acolhimento.

Quatro dos centros de acolhimento ainda estão abertos, dois dos quais para famílias com crianças, porque ainda existem 37.000 pessoas ao cuidado da cidade.

Um total de 237.000 imigrantes, na sua maioria venezuelanos, chegaram à cidade desde 2022 e, segundo Adams, foram gastos 7,7 mil milhões de dólares para lhes dar abrigo, alimentação, cuidados médicos, educação para as crianças e outras ajudas.

Os imigrantes que solicitarem um lugar para dormir serão agora encaminhados para o Departamento de Serviços aos Sem-Abrigo e receberão os mesmos serviços que os nova-iorquinos.

O futuro do emblemático hotel, que pertence ao Governo paquistanês, é incerto, mas vários meios de comunicação social indicam que será sujeito a renovações e substituído por um arranha-céus.

A utilização do Roosevelt pela cidade suscitou fortes críticas por parte de republicanos e funcionários federais, que afirmaram que o edifício se tinha tornado um foco de atividade de gangues.

Em abril a administração Trump cancelou 188 milhões de dólares em subsídios federais destinados a reembolsar a cidade de Nova Iorque pelo acolhimento de imigrantes, afirmando que o dinheiro estava a ser gasto para apoiar a imigração ilegal e levando o presidente da Câmara Eric Adams a prometer lutar contra o reembolso.

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