Pelo menos 117 escolas ainda encerradas em Cabo Delgado

Pelo menos 117 escolas permanecem encerradas em vários distritos da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, que enfrenta uma insurgência armada desde 2017, anunciaram hoje as autoridades locais.

Moçambique/Ataques: Fugir dos ataques com o uniforme para ainda terminar na escola

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Lusa
21/06/2025 10:19 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Moçambique

"Devido aos ataques terroristas 117 escolas continuam encerradas", disse aos jornalistas o diretor do gabinete do governador de Cabo Delgado, Álvaro Gonçalves.

 

Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

De acordo com representante, o distrito de Macomia lidera a lista com o maior número de escolas encerradas naquela província, com um total de 35 estabelecimentos de ensino, seguido de Quissanga, com 30.

Álvaro Gonçalves explicou que, para além dos ataques armados, que já causaram milhares de mortes e deslocados, a província tenta ainda erguer-se da devastação deixada pela passagem, em 15 de dezembro de 2024, do ciclone Chido.

"Oito distritos, nomeadamente: Mecúfi, Pemba, Metuge, Chiúre, Ancuabe, Namuno, Balama e Montepuez foram severamente atingidos pelo ciclone Chido, tendo destruído 1.419 salas de aulas", detalhou.

Desse número, Gonçalves avança ainda que o Governo, com ajuda de parceiros, já reconstruiu e reabilitou um total de 294 salas.

Até fevereiro deste ano, um total de 105 escolas continuavam encerradas em distritos afetados por violência armada no norte de Moçambique e pelo menos 40 reabriram face ao "relativo ambiente de segurança", anunciou então o diretor provincial da Educação e Cultura, na província de Cabo Delgado, Ivaldo Quincardete.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

A última época chuvosa em Moçambique, que se iniciou em outubro e terminou em abril passado, registou os ciclones Chido, em 14 de dezembro, e Dikeledi, em 13 de janeiro, matando cerca de 170 pessoas e deixando um rasto de destruição no norte do país, sobretudo nas províncias de Cabo Delgado e Nampula.

Moçambique é considerado um dos territórios mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

Leia Também: Cinema em Moçambique "continua vivo, mas com algumas feridas"

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