"Nestas 48 horas, vamos mobilizar 4.000 gendarmes, polícias, alfandegários e forças Sentinelle (exército) para deter clandestinos", explicou o ministro do Interior, numa entrevista ao canal CNews e à rádio Europe 1, acrescentando que "desde o início do ano" já foram detidos 47.000 imigrantes.
Bruno Retailleau, que fez da luta contra a imigração o seu tema de eleição, deu instruções para que fosse realizada uma operação nacional de controlo "dos comboios com destino aos países vizinhos e às grandes metrópoles francesas, tanto à chegada como à partida", numa nota dirigida aos 'prefeitos" - representantes do Estado francês encarregados da coordenação das polícias e da aplicação da política sobre imigração - e consultada pela agência noticiosa France-Presse.
O líder do partido de direita Republicanos elogiou nesse documento um "aumento significativo na intercetação de ESI (estrangeiros em situação irregular) nas últimas semanas (+28%)" e uma "operação nacional de controlo dos fluxos", realizada nos dias 20 e 21 de maio, que resultou em mais de 750 detenções.
Na quarta-feira, o ministro do Interior declarou ter "reintroduzido de forma muito mais rigorosa do que antes" o controlo nas fronteiras, com uma "força fronteiriça" composta por polícias, gendarmes (equivalente à Guarda Nacional Republicana), alfandegários e militares.
"O que quero dizer é que os clandestinos não são bem-vindos em França, da forma mais firme e definitiva", afirmou Retailleau.
Bruno Retailleau apresentou no início de maio uma circular, assumida como uma rutura, com o objetivo de tornar mais rigorosos os critérios de naturalização de estrangeiros, em matéria de respeito pelas leis, domínio do francês ou inserção no mercado de trabalho.
Em janeiro, o primeiro-ministro centrista, François Bayrou, nomeado a 13 de dezembro de 2024, provocou um alvoroço ao falar de "submersão migratória".
"Toda uma comunidade de departamentos franceses é confrontada com ondas de imigração ilegal", afirmou na Assembleia Nacional.
Também o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, já proferiu anteriormente declarações contra a imigração, aproximando-se assim do discurso do partido de extrema-direita União Nacional (RN) de Marine Le Pen e Jordan Bardella.
Leia Também: Macron anuncia que a próxima cimeira do G7 terá lugar em Evian em 2026