"Nós não precisamos de 27 grandes Forças Armadas, o que precisamos é de um robusto sistema de defesa coletivo e para isso nós temos que trabalhar com base nos planos da NATO e nas prioridades definidas pela Agência Europeia de Defesa", sustentou António Costa, durante uma conversa com o antigo-primeiro-ministro e antigo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, na conferência "Europa e Relações Transatlânticas", organizada em Lisboa pelo canal Now.
Para Costa, a discussão sobre o objetivo de investimento em Defesa no âmbito da NATO, "sobre 5%, 3%" do produto interno bruto (PIB) é "uma má forma de tratar o assunto, porque o que interessa não é um número mágico".
O ex-primeiro-ministro socialista considerou que a Europa tem de "definir quais são as capacidades prioritárias" de investimento.
"Quais são as capacidades que nós temos que preencher rapidamente para assegurarmos a nossa defesa coletiva? E é nisso que temos que ter um plano de investimento", afirmou.
"É aí que nos devíamos focar e termos de facto uma estrutura europeia, que pode e deve ser no âmbito da NATO", algo que exige negociação com os Estados Unidos, referiu.
A União Europeia, defendeu, "deve continuar a ser a entidade política, mas não deve duplicar nem substituir-se àquilo que é a instituição militar que existe, que é a NATO", destacando a necessidade de "não descredibilizar a capacidade dissuasora do artigo 5.º" da Aliança Atlântica, que estabelece o princípio da defesa coletiva.
Para Costa, o que a UE deveria estar a discutir é "como é que na próxima década a Europa vai progressivamente assumido cada vez maior responsabilidades e desonerando cada vez mais os Estados Unidos" no âmbito da NATO.
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