"Temos de manter nervos de aço e prosseguir a política que temos tido de manter o nosso diálogo com os Estados Unidos numa base institucional. Não podemos responder a cada 'tweet', não podemos estar a responder a cada decisão que é tomada", defendeu António Costa, durante uma conversa com o antigo-primeiro-ministro e antigo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, na conferência "Europa e Relações Transatlânticas", organizada em Lisboa pelo canal Now.
Costa recordou que muitas decisões do Presidente norte-americano "são revertidas ou suspensas ou adiadas nos dias seguintes", pelo que instou a prosseguir "o diálogo de uma forma construtiva".
"Ouvimos coisas desagradáveis, sim", reconheceu o ex-primeiro-ministro, que insistiu na necessidade de a Europa se focar "na parceria única" que desenvolveu "ao longo de 200 anos com os EUA".
Se a UE "for atacada, objeto de medidas discriminatórias", avisou, "terá de responder e a Comissão Europeia está preparada, designadamente em matéria comercial", mas procurando "evitar uma escalada".
Costa defendeu ainda que a Europa "não tem de ficar entalada entre um confronto de dois blocos, mas tem aqui uma grande oportunidade e o dever de desenvolver uma rede de parcerias à escala global", exemplificando com o Brasil, África do Sul, Índia, Indonésia, Nigéria.
Atores que, sublinhou, "olham para a Europa com mais interesse, devido a dois valores essenciais: previsibilidade e confiança"
Leia Também: Trump alarga rusgas contra imigrantes ilegais a Chicago e Nova Iorque