Ex-Presidente argentina Cristina Kirchner recorre de pena para TPI

A ex-Presidente argentina Cristina Kirchner solicitou formalmente o cumprimento em prisão domiciliária da pena de seis anos de cadeia confirmada pelo Supremo Tribunal do país sul-americano, enquanto recorre ao Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram os seus advogados.

Ex-presidente argentina Cristina Kirchner

© Tomas Cuesta/Getty Images

Lusa
11/06/2025 20:45 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Argentina

"Solicitamos a prisão domiciliária, que é concedida a pessoas com mais de 70 anos", disse aos jornalistas Carlos Belardi, advogado da ex-Presidente e principal opositora política do Presidente ultraliberal Javier Milei.

 

A prisão domiciliária, argumentou o advogado, é justificada pela "idade [de Kirchner], 72 anos, a sua condição de ex-Presidente e o facto de ter proteção policial permanente", que fazem com que uma pulseira eletrónica de monitorização "não faça sentido".

Outro advogado de Kirchner, Gregorio Dalbon, anunciou a sua presença em Haia para denunciar perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) a "perseguição política" da ex-Presidente.

"Esta condenação é o resultado de um processo falho, que visava desde o início a um objetivo político: banir a mulher que obteve o maior número de vitórias eleitorais desde o regresso da democracia", afirmou Dalbon na sua conta na rede social X.

"Este é um caso emblemático de detenção seletiva e criminalização", salientou.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos também analisará a sentença de Kirchner, segundo Carlos Belardi, que não especificou um prazo para o encaminhamento do processo.

Na terça-feira, o Supremo Tribunal confirmou a pena de seis anos de prisão e inelegibilidade perpétua de Kirchner por corrupção enquanto Presidente (2007-2015).

Figura dominante na política argentina nos últimos vinte anos, Cristina Kirchner tem cinco dias (úteis) para comparecer perante o tribunal, que deverá depois decidir sobre os termos e o local da detenção com base no pedido dos advogados, disse Belardi.

O Supremo Tribunal decidiu sobre o recurso apresentado por Kirchner que contestava a sentença que a condenou, no final de 2022, a seis anos de prisão e à inelegibilidade perpétua por "fraude contra a administração pública" durante a sua presidência.

Esta sentença foi confirmada em segunda instância em 2024.

Na sua decisão, o Supremo considerou que as sentenças proferidas em primeira e segunda instâncias "foram baseadas na extensa prova apresentada", rejeitando o recurso apresentado pela política de centro-esquerda.

O caso diz respeito à adjudicação de contratos públicos --- construção de estradas --- em Santa Cruz, durante os seus mandatos presidenciais.

Outros oito arguidos, ex-funcionários provinciais e líderes empresariais, foram também condenados neste processo.

"Justiça. Fim", comentou o Presidente ultraliberal Javier Milei, na sua conta na rede social X, logo após ter sido conhecida a decisão do Supremo Tribunal da Argentina.

Cristina Kirchner, que nega qualquer irregularidade, tem denunciado consistentemente a "perseguição política e judicial" durante estes processos, alegando que têm o objetivo de a "banir" da política.

"Querem-me presa ou morta", declarou novamente num comício no sábado, referindo-se ao ataque a que sobreviveu em 2022.

Centenas de apoiantes de Kirchner manifestaram nas últimas horas o seu apoio e indignação pelo anúncio do veredicto, avançou a AFP.

Leia Também: Supremo da Argentina confirma condenação da ex-Presidente Cristina Kirchner

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas