PP pede a Sánchez para se demitir e "convocar eleições imediatas"

O líder do Partido Popular (PP, direita) e da oposição espanhola, Alberto Núñez Feijóo, pediu hoje a demissão imediata do primeiro-ministro e eleições antecipadas face às suspeitas de corrupção de dirigentes do Partido Socialista (PSOE).

 líder do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo,

© Fernando Sanchez/Europa Press via Getty Images

Lusa
12/06/2025 19:56 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Espanha

"Deve convocar eleições de maneira imediata", disse Feijóo, numa conferência de imprensa na sede do PP, em Madrid.

 

Pouco antes, o líder do Governo e do PSOE, Pedro Sánchez, tinha admitido haver "indícios muito graves" de corrupção envolvendo o 'número três' do Partido Socialista, Santos Cerdán, mas rejeitou uma crise no Governo e a possibilidade de antecipar eleições.

Sánchez garantiu que só hoje conheceu o relatório da investigação policial segundo o qual o secretário de Organização do partido, Santos Cerdán, negociou comissões de pelo menos 520 mil euros, pagas por empresas de construção, na adjudicação de obras públicas.

Pedro Sánchez pediu "desculpa e perdão" a todos os espanhóis e, especialmente, aos militantes e simpatizantes do PSOE, e sublinhou que até hoje não sabia "absolutamente nada" do relatório da investigação policial que tem Santos Cerdán como alvo.

O líder do PP considerou que as explicações de Sánchez foram insuficientes e dececionantes e "não há ninguém que acredite" naquilo que disse o primeiro-ministro.

Feijóo lembrou que, além deste acso, têm sido conhecidos, nos últimos meses, outros processos judiciais e suspeitas de corrupção que envolvem pessoas próximas do primeiro-ministro.

"A corrupção é a marca de água deste Governo e isto deve terminar", disse Feijóo.

Feijóo recusou, porém, avançar agora com uma moção de censura ao Governo, dizendo que não vai dar esse "balão de oxigénio" a Sánchez, que seria confirmado como líder do executivo pelo parlamento, já que o PP não tem neste momento apoios suficientes para fazer aprovar a moção.

No entanto, o líder do PP pediu aos partidos da geringonça que viabilizaram o atual Governo para refletirem se além de sócios de Sánchez querem também passar a ser "cúmplices" da corrupção que rodeia o primeiro-ministro.

Pedro Sánchez, primeiro-ministro desde 2018, voltou a ser eleito para o cargo pelo parlamento espanhol em novembro de 2023, por uma geringonça de oito partidos.

Desde que foi reinvestido no cargo, pessoas próximas do primeiro-ministro, como a mulher ou o irmão, e antigos membros do Governo e da direção PSOE, foram envolvidos em processos judiciais por suspeitas de corrupção.

O líder do PSOE disse hoje que com "respostas contundentes", como a desta quinta-feira, faz a diferenciação entre "supostos casos e outros" que têm "efetivamente indícios que os corroboram".

O Tribunal Supremo de Espanha anunciou, em comunicado, que na sequência de um relatório de uma investigação policial a um antigo ministro dos Transportes de Sánchez (José Luis Ábalos), a justiça concluiu haver também "indícios consistentes" contra Santos Cerdán, por suspeita de negociação de comissões na adjudicação de obras públicas.

O ex-ministro José Luis Ábalos e um antigo assessor Koldo García começaram a ser investigados no ano passado pela suspeita de terem cobrado comissões pela venda a organismos públicos de material sanitário, incluindo máscaras, durante a pandemia da covid-19.

A investigação foi sendo alargada, à medida que foram recolhidas provas, documentos e testemunhos pela unidade da Guarda Civil espanhola com competências de investigação policial (conhecida como UCO).

As suspeitas contra Santos Cerdán resultaram de gravações de conversas telefónicas apreendidas pela UCO entre o dirigente socialista e Koldo Garcia e entre este e Ábalos.

Ábalos foi ministro entre 2018 e 2021 e, perante as suspeitas de corrupção, foi expulso do PSOE em 2024. Santos Cerdán era o 'número três' do PSOE desde 2017.

Santos Cerdán garantiu já estar inocente e demitiu-se da direção do PSOE, tendo também deixado de ser deputado.

Leia Também: Sánchez pede perdão por corrupção no PSOE, mas afasta crise no governo

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