Embaixador israelita acusa ONU de incitar à violência e "espalhar pânico"

O embaixador israelita junto da ONU acusou esta quarta-feira as Nações Unidas de "incitarem" à violência e "espalharem o pânico" sobre Gaza, tendo vinculado o recente homicídio de dois funcionários da embaixada de Israel em Washington à postura da organização.

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© Eduardo Munoz Alvarez/Getty Images

Lusa
28/05/2025 16:51 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Numa declaração à imprensa em Nova Iorque, Danny Danon não poupou nas críticas à ONU, acusando funcionários da organização, como o líder humanitário das Nações Unidas, Tom Fletcher, de propagar "mentiras" ao "acusar Israel de genocídio" ou ao "afirmar irresponsavelmente que 14.000 bebés" morreriam por falta de ajuda na Faixa de Gaza.

 

"Quando funcionários da ONU como o senhor Tom Fletcher acusam Israel de genocídio (...) não estão a fazer ativismo. Estão a fazer incitação. Essa alegação era mentira. (...) Não é por acaso que esta declaração foi feita apenas dois dias antes do assassínio de Yaron e Sarah", afirmou, referindo-se aos dois funcionários da embaixada de Israel em Washington, mortos na semana passada quando saíam de um evento no Museu Judaico na capital federal norte-americana.

O suspeito do ataque, Elias Rodriguez, de 31 anos, natural de Chicago, foi acusado de homicídio por parte das autoridades federais norte-americanas, entre outros crimes. 

As autoridades disseram que Rodriguez entrou no museu após o tiroteio, foi detido pelos seguranças e começou a gritar: "Palestina livre, livre".

"Não podemos ignorar o papel que os comentários imprudentes desempenham no fomento da violência. Fletcher e outros como ele devem ser responsabilizados. Entretanto, Israel continua a agir com moderação e responsabilidade, mesmo perante mentiras", argumentou o diplomata israelita.

"A ONU tem de parar de espalhar o pânico e começar a mobilizar ajuda. Deixar o ego de lado, aceitar a ajuda e fazer o seu trabalho", acrescentou, frisando que Israel "não pedirá desculpa por lutar contra o terror".

Em 13 de maio, o chefe humanitário da ONU acusou Israel de impor "deliberada e descaradamente condições desumanas aos civis no Território Palestiniano Ocupado" e questionou os Estados-membros das Nações Unidas sobre o papel que desempenharam para "evitar o genocídio". 

Num dos mais duros discursos sobre a guerra em Gaza feitos perante o Conselho de Segurança da ONU, Tom Fletcher apelou à consciência da comunidade internacional e pediu ao corpo diplomático que refletisse sobre as medidas que cada um tomou para travar, segundo frisou na ocasião, "a atrocidade do século XXI a que assistimos diariamente em Gaza". 

A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns. 

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 54 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

A ofensiva israelita também destruiu grande parte das infraestruturas do território governado pelo Hamas desde 2007.

Leia Também: Hamas acusa Israel de transformar pontos de ajuda em armadilhas

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